Hoje, mais uma vez, o STF riu da nação brasileira.
Como se esperava, a Constituição, que já havia sido rasgada por eles muitas e muitas vezes, sequer foi remendada na votação de hoje.
Mais uma derrota - essa pesada - imposta à Lava Jato pelos ilustres inventores de leis.
Ao mudar as regras que até hoje foram seguidas nos casos de condenação pela Lava Jato - o que foi confirmado hoje - o cerne da questão passa a ser como serão aplicadas de forma retroativa, o que afetará todos os julgamentos envolvendo delatores até agora.
Inclusive - vejam só - o do homenzinho que ironicamente hoje é ‘preso voluntário’ em Curitiba.
luladasilva não quer sair da jaula como presidiário que efetivamente é.
Não haveria vantagem nisso.
O combinado era e será a anulação de sua sentença.
E esse ‘combinado’ está acontecendo diante dos olhos de todo o país e do mundo.
É uma esculhambação no pior sentido do que isso possa ser.
Sem coragem para afrontar o povo brasileiro de uma vez, Toffoli et caterva vão, passo a passo, desconstruindo tudo o que conhecíamos por justiça até hoje.
E tudo o que o mundo civilizado pratica e chama de justiça.
Então deixaram pra amanhã o que poderia ser feito hoje, destruir por completo a Lava Jato, definindo quais serão os casos em que a lei será aplicada retroativamente.
Não precisamos ser videntes para deduzir que o caso do vigarista lula será incluído nos que serão anulados.
Não à toa, o anão moral insiste em ser julgado pelo STF.
Quem votou contra ou a favor nem importa, realmente.
O resultado, exatamente a mesma coisa que um juiz de futebol mudar todas as regras conhecidas depois do final do jogo, é um acinte.
E gera uma enorme conturbação institucional.
Não sou jurista e nem advogado.
Nem ao menos sou entendido em leis.
Mas de uma coisa sei muito bem: leis não existem para proteger somente entendidos, juristas ou advogados.
Leis existem para proteger os cidadãos comuns do país.
É o que diz a Constituição rasgada.
No caso do Brasil, como se viu hoje claramente, há uma espantosa inversão.
Leis existem e são modificadas ao bel prazer de 11 iluminados que as usam para proteger a si próprios e a seus comparsas.
Tem sido assim há mais de meio século.
E pelo visto continuará assim.
Já não é a barata que voa em Brasília.
São os abutres.
Voam livres, impunes.
Marco Angeli Full
https://www.marcoangeli.com.br
Artista plástico, publicitário e diretor de criação.