Os segredos do diretor jurídico da Odebrecht são estrategicamente afastados de Curitiba
22/09/2019 às 10:09 Ler na área do assinanteEm seu lamentável período como Procuradora-Geral da República, as lembranças deixadas por Raquel Dodge contrastam frontalmente com sua aparente ‘doçura’.
O apagar das luzes foi dramático. Tanto é verdade que apenas uma autoridade da República conseguiu render elogios ao mandato de Dodge.
Sim, somente ele: Gilmar Mendes.
Para o ministro, em suas ‘pitadas de psicopatia’ - como asseverou recentemente Luis Roberto Barroso - “Raquel Dodge restaurou a dignidade do MP”.
O elogio isolado possivelmente tem a ver com o desfecho da recente prisão de Maurício Ferro, diretor jurídico da Odebrecht.
Segundo relato da Revista Crusoé, “o gabinete de Raquel Dodge na Procuradoria-Geral da República ficou inquieto no dia da deflagração da operação que prendeu Maurício Ferro, o ex-todo-poderoso diretor jurídico da Odebrecht.”
E prossegue a reportagem da revista: “Enquanto a própria Raquel estava em sessão no Supremo, assessores dela tentavam a todo custo saber se as quatro chaves eletrônicas apreendidas com ele permitiriam destravar informações criptografadas dos sistemas de pagamento da empreiteira.”
E a Crusoé arremata: “Entre as pessoas que foram procuradas em busca de uma resposta para a pergunta, ficou a impressão de quem queria a informação, na verdade, era gente do Supremo.”
O desfecho: “Dias após a deflagração da operação, o caso foi retirado de Curitiba por ordem do ministro Gilmar Mendes.”