O Fundo dos Trouxas: A politicalha quer mais grana

19/09/2019 às 05:32 Ler na área do assinante

Na correria, eles perderam a pouca-vergonha que lhes restava.

Não contentes em viver de privilégios imorais, onde tudo - desde dentista até ‘puta’ - é pago com o dinheiro do povo, querem mais.

Ignorando o momento em que vivem e a realidade mais evidente do solo em que pisam, esses verdadeiros suínos chafurdam no lamaçal e na imundície de sua própria alienação, quando pleiteiam o aumento do Fundo Eleitoral de 1,8 bilhões - já uma imoralidade - para 3,8 bilhões.

Sem coragem para assinar duma vez a patifaria, o projeto mal cheiroso vai sendo jogado da Câmara dos Deputados para o Senado e mais cedo ou mais tarde vai atestar e garantir a continuação da roubalheira de verdadeiros alienados que vivem no mundo da lua.

Hoje, por exemplo, no Senado, mais um chute na bola: os valores do fundão dos trouxas serão definidos por uma Comissão Mista de Orçamento.

Composta, claro, pelos mesmos ratos: eles mesmos.

Alcolumbre por exemplo, que hoje faz descaradamente o jogo da politicalha, declarou candidamente, a respeito do financiamento público para campanhas:

‘E agora querem tirar até esse direito de vereadores e prefeitos(...)?’

Todo o projeto é de uma imoralidade acachapante.

Contém cláusulas que eliminam o percentual fixo de 30% das emendas de bancada.

Ou restringe a multa de 20% sobre montante irregular em contas de partido.

Ou determina que advogados de políticos sejam pagos com grana desse mesmo fundo.

Grana do povo, o lesado de plantão.

No imbróglio, a politicalha se divide entre mocinhos e bandidos para dar um certo ar de ‘legalidade’ a esse monte de excremento que fede a quilômetros de distância de seu planeta de origem, Brasília.

Seja como for, eles sairão no lucro como sempre.

1,8 ou 3,8 bilhões, o que importa?

É grana imerecida por esses incompetentes, jogada na lata de lixo do país.

Relincham chorosos sobre seus ‘míseros’ salários de fome, sem entender a realidade: a de que um policial médio que arrisca a vida nas ruas todo santo dia, por exemplo, tem que trabalhar mais de um ano para ganhar o que ganham em um mês.

Isso considerando apenas o salário, apenas uma parte do que amealham com auxílio público para isso ou aquilo ou propinas.

O policial é apenas um exemplo da maioria dos profissionais do Brasil.

Mas existem ainda os desempregados, as desassistidos sociais, por quem essa gentalha deveria trabalhar mas ignora solenemente em seus ternos caros.

Eles merecem, nestes novos tempos, uma dura lição de realidade.

Mas, pelo andar da carruagem, vai demorar.

Enquanto isso, para os mortais, resta a preocupação com a conta de luz.

Se não pagar, corta.

*’Trouxa’, numa tradução livre, significa ‘povo’.

Marco Angeli Full

https://www.marcoangeli.com.br

Artista plástico, publicitário e diretor de criação.

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