Atuação de Sergio Moro já 'contaminou' o Judiciário: É a judicialização da Governança Nacional

Ler na área do assinante

Diante do agravamento da crise política não há riscos, como alguns prevêem ou desejam,  de um golpe militar. Embora existam movimentos isolados de militares indignados e insatisfeitos com o desenvolvimento do quadro atual, não há uma mobilização sistematizada. Os mecanismos de mobilização mudaram com a emergência das redes sociais e são mais detectáveis.

Não há solução política com o quadro político atual. Os maiores problemas foram criados por eles, e as correções dependem deles. 

É nesse quadro que emerge a relevância do Judiciário, que chega a extrapolar das suas atribuições, mas está promovendo e irá promover uma grande mudança nesse quadro. Com pleno apoio da sociedade. 

O mecanismo é simples e legal, embora discutível  do ponto de vista doutrinário da democracia: a prisão e o afastamento dos políticos que comandaram ou participaram do butim dos cofres públicos. E junto com eles dos emprersários privados que financiaram e se beneficiaram.

E a assunção real do Poder pelo Judiciário, em parceria com o Ministério Público.

Ao contrário do que afirma o jujz Sérgio Moro, o desencadeador desse processo, ele não é uma voz no deserto. A sua atuação firme, ainda que excessiva, já contaminou o Judiciário. A sua voz fez eco e sonoro.

Juntamente com o Ministério Público, duas instituições independentes, o Judiciário irá promover uma "limpeza ética". Se não total, pelo menos das lideranças.

Esse processo se tornou inevitável. A barragem da lama de Brasília não terá condições de contê-la. O primeiro extravasamento ocorreu com a prisão do Senador Delcídio do Amaral, agravado pela prisão do banqueiro André Esteves. 

A barragem vai romper ainda dentro do 1º semestre de 2016, levando de roldão, Renans, Cunhas, Collors e outros tantos. Levando junto Lulas, Dilmas e outros tantos petistas. E também muitos tucanos, envolvidos em processos estaduais.

Não sobrará "pedra sobre pedra", com a lama estocada no Congresso Nacional. 

O mais afetado será o rio da economia brasileira e o seu entorno, deixando um rastro de milhares de desempregados.

Do ponto de vista doutrinário será a prevalência de autoridades legais, mas não eleitos pelo povo, destituindo, afastando e mandando prender os eleitos. E, na prática, assumindo o Poder, com a judicialização da gestão ou governança  pública.

Essa extrapolação de atribuição da Justiça está ocorrendo em diversas questões pontuais, mas cada vez mais disseminadas. Juízes tem determinado não o cumprimento da lei, mas de ações administrativas e operacionais. Há uma interferência excessiva do Judiciário na gestão pública: para o bem e para o mal. 

E o que será do Brasil, com esse processo de judicialização do Poder Real. Será sem dúvida um pais mais ético. 

Mas e o resto? Como ficará a economia? Como ficarão os trabalhadores? Como ficarão os empresários?

Quem sobreviverá?

Jorge Hori

                                    https://www.facebook.com/jornaldacidadeonline

Se você é a favor de uma imprensa totalmente livre e imparcial, colabore curtindo a nossa página no Facebook e visitando com frequência o site do Jornal da Cidade Online. 

Foto de Jorge Hori

Jorge Hori

Articulista

Ler comentários e comentar