No Reino Unido, assim como no Brasil e nos EUA, a guerra entre progressistas e conservadores está pegando fogo
28/08/2019 às 15:34 Ler na área do assinanteO assunto é geopolítica, vejam o que aconteceu...
Boris Johnson, que assumiu há poucos dias como primeiro ministro do Reino Unido e tem a difícil missão de promover o Brexit, decidiu suspender o Parlamento por um mês, de 12 de setembro a 14 de outubro. Ele fez isso para impedir que o Parlamento interfira novamente na decisão de sair da União Européia, o que deve acontecer dia 31 de outubro.
Mas o que é o Brexit?
Brexit é uma abreviação de "British exit", ou, "saída britânica". E é usado sobre a saída do Reino Unido da União Europeia.
Mas o que é a União Européia?
É um grupo formado por 28 países europeus que praticam livre comércio entre si e facilitam o trânsito de sua população para trabalhar e morar em qualquer parte do território.
Quando o Reino Unido entrou na União Européia e por que quer sair?
Entrou em 1973, ainda na época em que o bloco era chamado de Comunidade Econômica Europeia, mas num plebiscito em 23 de junho de 2016, os britânicos foram perguntados se o Reino Unido deveria permanecer ou deixar a União Europeia. A maioria de 52% decidiu que o país deveria deixar o bloco, mas a saída não aconteceria de imediato e foi agendada para o dia 29 de março de 2019.
Desde então estão costurando uma espécie de divórcio, onde há regras e multas, vou resumir para entendermos melhor:
- Uma multa por quebra de contrato de parceria que o Reino Unido deverá pagar à União Europeia de 39 bilhões de libras (R$ 191 bilhões).
- Uma forma de evitar o retorno a uma fronteira fechada entre a Irlanda do Norte (que é parte do Reino Unido) e a República da Irlanda (que é um país independente que faz parte da União Europeia).
- A situação de cidadãos britânicos que moram em outros países europeus e dos europeus que moram no Reino Unido. Entre outros detalhes...
Quem tentou organizar essa saída foi Theresa May, mas por três vezes sua proposta foi rejeitada pelo parlamento do Reino Unido que, cabe lembrar, foi inundado pela esquerda nas últimas eleições. Os progressistas de lá conseguiram o que os petistas daqui fizeram com excelência, trouxeram os jovens para às ruas e para a política com a promessa de retirar as mensalidades das Universidades e dar liberdade sexual.
O fato de não conseguir fazer passar a proposta no parlamento, fez com que Theresa May pedisse demissão do cargo, o que abriu espaço para a chegada de Boris Johnson, este já chegou mostrando que não está disposto a entrar no jogo da esquerda; ele veio para fazer cumprir a vontade da maioria do povo do Reino Unido que deseja sair do bloco.
Em resumo, é como se Bolsonaro quisesse sair do Mercosul mas precisasse da aprovação do Congresso, mas a oposição impedisse que o projeto passasse na Câmara, (já vimos várias vezes esse filme), então, Bolsonaro decidisse suspender todas as atividades dos deputados e senadores por um mês, para que não interfiram na decisão.
Detalhe importante:
A Rainha Elizabeth II aceitou o pedido de Boris e o parlamento será suspenso por 1 mês; só para efeito de comparação, a Rainha de lá é tipo o nosso Presidente do STF, se Bolsonaro pedir e o STF aceitar, está decidido.
A oposição já organiza manifestações contra o processo que eles chamam de antidemocrático, mas a democracia não seria obedecer a decisão da maioria? Se a maioria do povo quer sair do bloco, então, antidemocrático é não acatar o desejo do povo.
No Reino Unido, assim como no Brasil e nos Estados Unidos, a guerra entre progressistas e conservadores está pegando fogo e adivinha em qual lado a grande mídia está?
Raquel Brugnera
Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.