Consultoria de filho de Lula, que custou R$ 2,5 milhões, foi retirada da 'wikipedia', constata PF

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Quando a Polícia Federal realizou a busca e apreensão no escritório de Luis Cláudio Lula da Silva, não encontrou nada, nem uma linha sequer, da suposta prestação de serviços na área esportiva, com "foco, em grande parte, relacionado à Copa do Mundo de 2014 e às Olimpíadas 2016", conforme houvera sido declarado, como o trabalho prestado para a consultoria Marcondes & Mautoni, que teria custado o vultuoso valor.

No depoimento recente prestado à PF, Luis Claudio justificou o fato dizendo que ao saber que estava sendo investigado, retirou o material do escritório e levou para a análise de seus advogados - ou seja, caso estivesse falando a verdade, levou o computador para os seus defensores, algo incomum.

Assim, neste mesmo dia, o advogado de Luis Cláudio assumiu o compromisso de no dia seguinte entregar cópia do valioso trabalho para o conhecimento e análise da Polícia Federal.

Não levou no dia seguinte. Demorou vários dias para entregar. Eis que finalmente, quase duas semanas após o prometido, protocolou a petição com o material.

Pois bem, a PF acaba de constatar que "uma primeira e rápida vista dos documentos" já indicou que "pareciam ser de rasa profundidade e complexidade, em total falta de sintonia com os milionários valores pagos".

E o relatório final da Polícia Federal no inquérito da Operação Zelotes concluiu que ele se baseou em "meras reproduções de conteúdo disponível" na internet, "em especial no site Wikipédia", para produzir o trabalho. Para a PF, o trabalho da LFT não tem "qualquer lastro metodológico científico ou de pesquisa de campo", além de uma qualidade "extremamente duvidosa".

A PF concluiu que não é "minimamente crível" que Mauro Marcondes tenha contratado Luis Cláudio "ao mero acaso", pois ele "nunca tinha realizado qualquer trabalho semelhante anteriormente".

O inquérito apontou ainda que "não se sabia o custo da produção do estudo, tampouco a margem de lucro do trabalho". Os responsáveis pela contratação "não souberam falar com precisão sequer as datas em que os contratos foram assinados, o cronograma de pagamentos e as datas de entrega dos produtos contratados".

Enfim, tudo parece muito claro, Luis Cláudio não fez trabalho nenhum, ganhou para atuar de outra forma, buscando favorecimentos ilícitos.

Que a punição para todos os envolvidos seja exemplar.

Edmundo Zanatta

redacao@jornaldacidadeonline.com.br

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