Os inéditos números das pesquisas de uma hipotética eleição presidencial em 2022
24/08/2019 às 15:50 Ler na área do assinanteNesta sexta-feira, 23 de agosto, dois portais diferentes apresentaram o resultado de sondagens eleitorais para o cenário de 2022.
Para os leigos, parece cedo eu sei, mas a campanha já começou para os entendidos, no dia seguinte às eleições de 2018.
Acompanhem os resultados da revista Veja e do Portal Bahia Notícias:
- Quais nomes foram sondados?
Bolsonaro, Fernando Haddad, Ciro Gomes, Luciano Huck, Amoedo e Dória.
Na Bahia, Luciano foi substituído por Guilherme Boulos.
Bolsonaro ganharia sem fazer esforço em todos os cenários e em todos os turnos. Menos em um cenário da Bahia.
Vamos comparar os números de hoje com o resultando real do ano passado:
Bolsonaro teve 46%, Haddad 29% e Ciro 12.5%
Bolsonaro teria 43%, Haddad 21% e Ciro 13%
Ou seja, o presidente cairia 3 pontos, o PT 8 pontos e Ciro subiria só meio ponto.
Duas curiosidades neste caso:
Os 3% que saíram de Bolsonaro foram para Amoedo, o que prova o aumento de confiança do brasileiro no liberalismo econômico, deixando o candidato do NOVO com 6%, diferente do ano passado onde teve 2.5%.
Sem dúvida alguma o que mais desenvolveu de um ano para o outro, mesmo não estando no cenário político ou televisivo.
Mas e os 8% que saíram de Haddad e só aumentaram meio por cento a Ciro, onde estão?
Estão irrigando os candidatos do Centrão Luciano Huck e Dória; para termos uma ideia de como as peças se movem, Dória teria 4% e Luciano empataria com Ciro em 13%.
Nesse caso o PT perdeu força; Ciro não tem capilaridade e só pode contar com seu eleitorado limitado; Luciano Huck será mais uma ameaça à esquerda do que à direita e Amoedo e Dória teriam baixo desempenho e não assustam ninguém até aqui.
Num cenário onde Bolsonaro estaria fora da competição e Sérgio Moro assumisse, os números caem:
Moro teria 33%, Haddad 22% e Ciro 16%, empatando novamente com Luciano Huck.
Já Dória subiria para 6% e empataria com Amoedo, que não teria seu eleitorado modificado com a saída de Bolsonaro.
Num segundo turno onde todos se reuniriam contra o presidente, teríamos:
Bolsonaro com 58% e Haddad com 42%.
Sendo que nas últimas eleições Bolsonaro teve 55% e Haddad 45% dos votos válidos, ou seja, Bolsonaro subiu 3 pontos enquanto as esquerdas e o centrão perderiam novamente para Bolsonaro e ainda com 3% a menos de força política do que o ano passado.
Agora vem a parte mais curiosa, ao meu ver, nas pesquisas da Bahia:
Haddad simplesmente despencou de 60% para 29%, perdeu mais do que a metade dos eleitores baianos de 2018.
Já Bolsonaro ganhou 6% de eleitores, subindo de 23% em 2018 para 29% em 2022.
Mas quem mais recebeu votos na Bahia foi Ciro Gomes que sairia dos seus modestos 9 pontos de 2018, para 29 pontos em 2022.
Então na Bahia estaria todo mundo empatado com 29%. Eleições indefinidas.
Dória e Amoedo continuam patinando e empatando com 5% e nesse cenário entraria Boulos com 2 pontinhos.
Mas se no lugar do desmoralizado Fernando Haddad - que foi condenado por Caixa 2 na última semana - entrasse Rui Costa, os números melhorariam para o PT e mais uma vez Ciro seria abatido por fogo amigo.
O PT sairia dos 29% e chegaria aos 39%
Bolsonaro perderia 2 pontos caindo de 29% para 27% e Ciro, mais uma vez, é o que mais perderia, caindo de 29% para 23%.
Ou seja, a Bahia está aceitando melhor Jair Bolsonaro e está disposta a ajudar Ciro Gomes, só porque rejeita Haddad, mas caso Rui Costa seja o candidato eles voltam a eleger o PT.
Em última análise:
- Quem mais perde com toda essa movimentação?
O PDT e Ciro Gomes, que não emplacam em nenhum cenário, no máximo empatam com o marido da Angelica, ou servem como reduto de eleitores indignados com a pessoa de Haddad, mas não contra o PT. Os ciristas não têm que reclamar com os Bolsonaristas, nesse game eles mal conseguem sair da fase do poste, como conseguiriam lutar com o chefão?
- Quem mais ganhou? Bolsonaro!
Além de aumentar seus números na complicada Bahia, ainda ganha com folga em todos os cenários imagináveis, menos com Rui Costa na Bahia.
Sem contar que o desempenho da economia e a escolha do vice poderá definir as eleições de 2022 ainda no primeiro turno.
Raquel Brugnera
Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.