A direita conservadora nas eleições de 2020: O eleitor precisa ficar atento para não levar "rato" por lebre

19/08/2019 às 11:11 Ler na área do assinante

Neste sábado teve início a campanha nacional de filiação ao PSL, em varias cidades. Anotem aí: o número de surfistas de ocasião será bem maior do que foi em 2018. Motivos para acreditar nisso, não faltam.

Primeiro, o número de cargos em disputa é maior. Segundo, muitos oportunistas, vendo o sucesso da primeira onda conservadora da série, já estão preparados para pegar a segunda. Terceiro, não há lideranças conservadoras qualificadas em número suficiente nem mesmo para assumir os diversos diretórios municipais, imaginem então para formar chapas inteiras.

O mesmo problema que Bolsonaro e alguns deputados sofreram com caciques partidários (do tipo do Bebianno) em 2018 vai ocorrer agora com os candidatos a vereador e a prefeito. Bebianno foi embora, porém há outros da mesma estirpe lá dentro que só estão um pouco mais contidos para não serem fritados, mas tentarão ganhar mais poder em 2020. Bolsonaro ainda é a galinha dos ovos de ouro do PSL.

O ideal seria a criação de pelo menos dois partidos de direita: um conservador e um monarquista. Mas não vai dar tempo. As lideranças dessas linhas, mais uma vez, terão que entrar no PSL. Algumas talvez se filiem ao PSC.

Para minimizar o estrago, o contexto que o eleitor precisa entender é o seguinte: os deputados eleitos tentarão sedimentar suas bases eleitores apoiando candidatos a prefeito e a vereador. Então, se você apoia Bolsonaro, NÃO VOTE EM (ou ao menos evite) CANDIDATOS APOIADOS PELOS DEPUTADOS QUE NÃO RESPEITAM TOTALMENTE AS PAUTAS QUE ELEGERAM O PRESIDENTE. Isso não resolve, mas é um começo.

Os próximos meses, daqui até a eleição, serão marcados por conflitos que já existem, mas que se tornarão cada mais evidentes aos olhos do público. De um lado, e infelizmente em menor número, os conservadores mais fiéis e coerentes, que serão acusados de serem radicais e de estarem “dividindo o partido”. De outro, políticos novos ou velhos que estariam em qualquer partido que garantisse a eles uma boa chance de eleição. No meio, os que ficam divididos entre favorecer a qualidade ou a quantidade de eleitos.

Para o eleitor comum, não será fácil identificar quem é quem, pois todos irão se apresentar como conservadores autênticos, mas tendência é que os menos confiáveis sejam os primeiros a “pregar união” e se fazerem de vítimas, acusando os “radicais” de estarem dividindo o partido, como se a divisão já não existisse. Afinal, quem é de mentira sempre tira proveito se aproximando de quem é de verdade, mas quem é de verdade quer distância de quem é de mentira.

Olho aberto. Ainda tem muita máscara para cair em volta de Bolsonaro.

da Redação
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