Reflexão sobre a mídia brasileira e o fim da parceria tenebrosa e vergonhosa com o Estado

11/08/2019 às 09:55 Ler na área do assinante

Durante muitos anos as empresas de mídia “mainstream” brasileiras acostumaram-se a existir no mercado sem precisarem demonstrar, sequer, competência. Não era necessário que elas fizessem nada para terem sucesso econômico e espaço garantido no ramo de atuação delas.

Independentemente do conteúdo dos telejornais ou dos jornais impressos, o faturamento gordo dessas empresas estava garantido, em uma situação extremamente confortável para elas.

Esse processo se dava, unicamente, pela associação feita por essas empresas com o Estado: a mídia “mainstream” seria financiada pelo Governo, pelas propagandas oficiais de empresas públicas e do próprio governo da ocasião, e os veículos de comunicação se transformariam em “imprensa chapa-branca”, que se afastaria do seu dever jornalístico de prestar informação real, verdadeira, com a apuração dos fatos.

Esse fenômeno, que já existia desde FHC, mas que aumentou exponencialmente a partir da chegada do PT à Presidência, em 2003, gerou uma perversidade enorme no setor, que além de fazer com que a meritocracia desaparecesse, transformou os profissionais da mídia em militantes políticos.

Não havia mais, no Jornalismo brasileiro, necessidade de prestar um serviço de qualidade para conquistar leitores e espectadores. As empresas midiáticas não precisavam se preocupar mais com esse tipo de coisa: era apenas “exisitir”, aguardando a irrigação de dinheiro público, que lhes garantia o financiamento para que continuassem nadando de braçada no setor da comunicação nacional, pagando salários distorcidos para suas estrelas do jornalismo, e mantendo, por exemplo, programas deficitários na grade dos canais de televisão, pois fazem parte da agenda progressista da emissora.

Era de fato uma parceria tenebrosa e vergonhosa entre Estado e mídia, jamais vista em algum país democrático do mundo, que, repito, atingiu o seu ápice com a chegada do PT no Poder.

Jair Bolsonaro rompeu com isso, ao estancar imediatamente a transferência absurda de dinheiro do pagador de impostos às empresas da mídia “mainstream”.

Agora, o que acontecerá é que elas deverão, utilizando uma expressão que não gosto muito, se “reinventar”, descobrindo por si mesmas como sobreviver no livre-mercado, com a competição e meritocracia que impera em um universo fora do serviço público.

Finalmente, graças a Jair Bolsonaro, essas empresas midiáticas se ajustarão à vida normal que qualquer um, qualquer pessoa (fisica ou jurídica) deve se ajustar, enxergando que prestam um serviço a um consumidor, que, se dele [do serviço] não gostar, não mais o consumirá, já que sempre tem o poder de mudar de canal ou de ler outra coisa.

E, nesse panorama, depois de ser corrigida essa distorção no meio midiático, que deu espaço a profissionais muitas vezes medíocres e despreocupados com o profissionalismo e a competência que deve imperar em uma carreira privada, várias dessas empresas desaparecerão, pois não conseguirão se ajustar a esses novos tempos, e outras seguirão adiante, após se reformularem e se reciclarem.

É por isso e exatamente por isso que Jair Bolsonaro é tão odiado pela mídia “mainstream”: porque ele está fazendo as empresas midiáticas se ajustarem à velha máxima do livre-mercado, de “demanda x procura”, que faz com que produtos bons continuem existindo, e produtos ruins desapareçam.

Simples assim.

Guillermo Federico Piacesi Ramos

Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).

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