Em prática inusitada, Bolsonaro atende eleitor no Facebook e promete baixar IPI sobre jogos eletrônicos. Mas, por que esse mercado é importante?
28/07/2019 às 09:52 Ler na área do assinanteO presidente, Jair Bolsonaro, reiterou no seu Twitter neste sábado (27) que pretende reduzir os impostos sobre os jogos eletrônicos.
“Após ler em meu Face o apelo do leitor Vennicios M. Teles pedindo para baixar impostos sobre jogos eletrônicos, resolvi consultar nossa equipe econômica. Atualmente o IPI varia entre 20 e 50%. Ultimamos estudos para baixá-los. O Brasil é o segundo mercado no mundo nesse setor” (Jair Bolsonaro/Twitter)
A motivação partiu de um pedido realizado pelo leitor, Vennicios M. Teles, 30 anos, através da rede social Facebook. O presidente leu a sua mensagem e respondeu momentos depois. Entrevistamos o leitor, Vennicios M. Teles, para falar a respeito da repercussão do seu pedido direcionado ao presidente. Em uma conversa amistosa, Teles, manifestou as suas opiniões sobre a repercussão do caso:
Quem fez o pedido para o presidente a respeito dos impostos?
Teles – Fui eu mesmo… De início eu achei que ele nem veria, porém – após alguns segundos – ele respondeu com agilidade. Tendo em vista que, o presidente, já tinha dados mostrando que o Brasil é o Segundo maior mercado de jogos do mundo. Ao certo, ele viu uma boa chance de alavancar-nos para o primeiro lugar.
O senhor gostaria de declarar seu voto?
Teles – Sou apoiador de Jair Messias Bolsonaro desde 2016. Pela firmeza que demonstra e por alguns ideais… Juntou com Paulo Guedes então? Aí a ideia liberal se tornou mais concreta!
Você sofreu algum tipo de constrangimento depois que seu nome – digamos – “viralizou”?
Teles – Constrangimento, nenhum! Ao pegar o celular, às 11h00min – pois estava carregando –, verifiquei 67 pedidos de amizades e mais de 40 pessoas falando comigo. Eu pensei que ainda tinha sido por causa do comentário que havia feito, mas era porque o próprio presidente fez citação do meu nome em todas suas redes sociais. Desde manhã até agora, muitos pedidos de amizades, muitas pessoas agradecendo, muitas pessoas me dando os parabéns…
Esse episódio o motivou positivamente com relação ao presidente?
Teles – Já era eleitor dele, e do nada: o mesmo responde a uma postagem e no outro dia mencionou meu nome – que foi até para jornais de fora do Brasil! Não por ter sido eu… Mas por saber que finalmente um Presidente, de forma simples e sofisticada, se comunica diretamente com seus eleitores.
Essa experiência te passou alguma coisa?
Teles – Passou a sensação de proximidade com o Presidente da República, algo antes, inalcançável! Hoje com uma simples postagem temos uma repercussão enorme.
Para finalizar: Gostaria de deixar algum recado?
Teles – Gostaria de dizer ao povo Brasileiro que, por vezes, desacreditam que o Brasil vai melhorar: Não desanimem! O Brasil mudará!
O presidente, Bolsonaro, vem mantendo essa forma de contato com os seus eleitores e já reafirmou – em uma de suas “lives” – que sempre lê os comentários que são publicados em suas redes sociais – ou atribui essa tarefa para alguém de sua confiança. Pela resposta do entrevistado, Vennicios M. Teles, essa forma de comunicação é aprovada.
Esse tema gerou uma repercussão que motivou muitas discussões a respeito dos impostos no Brasil. Mas quando falamos de impostos no país, os números são expressivos, principalmente, se tratando dos valores colossais divulgados por toda a internet. De acordo com os dados, divulgados pelo site Impostômetro – até agora –, os brasileiros pagaram mais de R$1.418.000.000.000,00 (R$1.418 trilhões).
Em conformidade com o Ranking do Índice de Retorno e Bem Estar Social (IRBES) o Brasil está na 30° posição dos países em que os impostos trazem mais bem-estar à sociedade e essa é uma posição muito negativa para o país.
De acordo com um levantamento, do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), existem produtos no país que têm uma tributação total superior a 80% do preço final do produto. Como a cachaça, por exemplo, que sofre uma tributação de 81,87%; como o perfume importado que é tributado em 78,99%. O videogame – o responsável por toda essa repercussão - tem uma tributação de 72,18%, de acordo com o IBPT.
O mercado de games deve gerar uma receita, no mundo, de US$ 152 bilhões (dólares) em 2019 – em média. Somente na América Latina US$ 5,6 bilhões (dólares) podem ser movimentados. O mercado de games virou uma brincadeira séria de maior valor financeiro do planeta. Esse mercado já é responsável por boa parte da geração de renda e de empregos pelo mundo e pode fazer uma grande diferença no PIB do país.
Por isso esse negócio deve ser estimulado para que uma maior fatia de todo esse recurso venha para o Brasil e um dos estímulos de maior impacto é a redução de impostos.
Edivaldo de Carvalho
Jornalista (Estácio de Sá) – Diário Terça Livre.