Leio nota da Polícia Federal (23/07)
Brasília/DF – A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (23/07), a Operação spoofing com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.
Foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete Mandados de Busca e Apreensão e quatro Mandados de Prisão Temporária, nas cidades de São Paulo/SP, Araraquara/SP e Ribeirão Preto/SP.
As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados.
As informações se restringem às divulgadas na presente nota.
Spoofing é um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.
Comunicação Social da PF
COMENTO
Imagino que a PF esteja investigando no rumo certo e que essa investigação, autorizada do juiz Vallisney de Oliveira da 10ª Vara da Justiça Federal de Brasília, ajude a esclarecer o crime praticado contra autoridades federais.
Isso é importante, mas não é o que mais interessa quando se percebe o entusiasmo com que importantes setores da imprensa brasileira vêm divulgando as revelações gotejadas pelo criminosos e liberadas para uso de Glenn Greenwald.
O que mais importa, no meu modo de ver, é a possível comprovação de que o material até agora divulgado faça parte de um conteúdo muito maior que está sendo trabalhado “jornalisticamente” com o exclusivo intuito de desacreditar a Lava Jato.
Neste caso, estamos diante de uma desonestidade profissional em proporções jamais observadas na imprensa brasileira. Certamente não erra quem presumir que, no inteiro conjunto das gravações, muito haverá a atestar a seriedade formal do trabalho da equipe. E isso foi mantido oculto porque o interesse vai, exclusivamente, na direção oposta.
Cabe, então, aos órgãos de investigação obter resposta a outras perguntas, supondo que o trabalho dos hackers não seja diletante, mas profissional e exaustivo. Quem pagou por ele? A quem beneficiam o crime e a manipulação da informação? A quem interessam? Qui prodest?
Ao jornalismo, ao público, ao país, ao combate à corrupção, por certo não. É entre criminosos e aqueles que os agasalham em seu peito encardido que se haverá de buscar as digitais desse crime.
Texto de Percival Puggina.
da Redação