Cunhado de Roseana Sarney tem passaporte apreendido e está proibido de sair do Maranhão

21/11/2015 às 23:39 Ler na área do assinante

Ricardo Murad, cunhado da ex-governadora do Maranhão e filha do ex-presidente José Sarney, Roseana Sarney, após ter sido conduzido debaixo de vara para depor na Polícia Federal - em razão de desvios de recursos públicos no valor total de 114 milhões de reais na secretaria de Saúde do Maranhão - teve seu passaporte apreendido e está proibido pela Justiça de deixar o estado.

Murad foi secretário de saude de Roseana e está sendo investigado pela Polícia Federal pela Operação Sermão aos Peixes.

"A investigação teve início em 2010, quando o então secretário de Saúde do Estado do Maranhão se utilizou do modelo de 'terceirização' da gestão da rede de saúde pública estadual, ao passar a atividade para entes privados - Organização Social (OS) e Organização de Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) -, e, assim, fugir dos controles da lei de licitação. Contudo, essa flexibilização significou uma burla às regras da lei de licitação e facilitou o desvio de verba pública federal, com fim específico de enriquecimento ilícito dos envolvidos. Com o modelo de gestão foi possível empregar pessoas sem concurso público e contratar empresas sem licitação", informou a PF, em nota.

Durante o período de investigação, os fluxos de recursos destinados pela União, por meio do Ministério da Saúde, ao Fundo Estadual de Saúde do Maranhão resultaram em um montante de 2 bilhões de reais.

A operação Sermão aos Peixes foi conduzida pela Polícia Federal em parceria com a Controladoria-Geral da União e o Ministério Público Federal. Mais de 200 policiais federais e dez servidores da Controladoria-Geral da União participaram da ação. No total, foram cumpridos treze mandados de prisão preventiva, 60 mandados de busca e apreensão e 27 mandados de condução coercitiva.

Os investigados poderão responder, na medida de sua participação, pelos crimes de estelionato, associação criminosa, peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro.

Em relação ao nome da ação, a PF informou que a Sermão aos Peixes refere-se ao sermão do padre Antônio Vieira que, em 1654, falou sobre como a terra estava corrupta, censurando seus colonos com severidade.

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da Redação
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