Numa absurda inversão de valores, querem blindar Glenn das investigações do COAF
11/07/2019 às 07:54 Ler na área do assinanteA obrigação do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) é investigar quando vê movimentos suspeitos em contas.
Existe um pedido do deputado federal José Medeiros (MT) para que essa investigação nas contas de Glenn Greenwald seja realizada, lastreado em fortes indícios.
Para Medeiros, é estranha a coincidência da renúncia a um mandato tão disputado seguido pela substituição pelo “marido de um ativista internacional”.
Entretanto, em sentido inverso, um grupo de políticos e advogados tentam barrar qualquer tipo de investigação que envolva o pseudo jornalista americano.
Coincidentemente, esse grupo é o mesmo que quer que o Ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol sejam afastados de seus cargos com base em supostas conversas colhidas de maneira ilícita, em absoluta afronta a nossa Constituição.
Note-se que, mesmo em considerando que as supostas conversas sejam verdadeiras, não obstante serem imprestáveis como meio de prova, não denotam qualquer conduta ilícita, tanto do ex-juiz, quanto do procurador.
Muito pelo contrário, ressaltam a luta de duas autoridades pelo estabelecimento da verdade e da Justiça.
Fica evidente a maneira canhestra como advogados de réus na Lava Jato, corruptos inveterados e políticos envolvidos até o pescoço em práticas ilícitas, conseguem ter força e respaldo suficiente para barrar investigações contra um gringo que visivelmente atua no submundo do crime, usando dinheiro sujo.
Nesse sentido, o procurador da República Ailton Benedito deu uma verdadeira lição:
“Se o COAF realiza controle de movimentações financeiras de qualquer pessoa, inclusive militante político-partidário camuflado de jornalista, atendendo a uma solicitação da Polícia Federal ou do Ministério Público Federal, não cabe interferência ao MPC nem TCU; só ao Judiciário.”
O gringo não resiste a um 'assopro' do COAF.