A Revista Veja, a desinformação a pleno vapor e o necessário freio nessa prática criminosa
05/07/2019 às 19:56 Ler na área do assinanteO que Glenn Greenwald vem fazendo no país, quanto à criação da narrativa falsa da atuação de Sergio Moro, enquanto juiz, na Operação Lava-Jato, é revoltante, óbvio. Como dizia um certo ex-parlamentar, o “Bob Jefferson”, instiga em cada um de nós nossos sentimentos mais primitivos.
Mas mais revoltante ainda é não se saber a razão pela qual todos os responsáveis pela publicação, e por toda essa cadeia de falsas narrativas ideológicas de Glenn Greenwald, ainda não terem sido levados à responsabilidade.
Ao replicar a narrativa falsa de Greenwald, por ele publicada em seu “pasquim eletrônico” The Intercept, a Veja não fez jornalismo. Praticou um ato criminoso (crime de receptação), antiético perante o Código de Ética do Jornalismo (não ouvir a versão contrária), e ilegal/anti-jurídico (não seguir o princípio do contraditório e ampla defesa).
Com efeito, de nada adianta a bela nota do Ministério da Justiça e Segurança Pública na qual foram rebatidas uma a uma as acusações da Veja, não deixando pedra sobre pedra e demonstrando de forma clara como Glenn Greenwald desconhece as leis brasileiras, e como a revista mente.
Quem quer que ainda assine a Veja receberá a revista, fisicamente, pelo correio, no final de semana, com a foto de Sergio Moro na capa e o título sugestivo da reportagem, chamada “Justiça com as próprias mãos”, que fala inclusive de divulgação de “diálogos inéditos”, como se vê na imagem abaixo.
Por outro lado, a versão que chegará nos outros países, quanto a esse fato, não é a do Ministro Sérgio Moro. A mídia internacional está, de fato, “comprando” a narrativa de Greenwald (agora chancelada pela Veja). Já li textos de jornais estrangeiros replicando a versão absurda inventada pelo The Intercept como se fosse realmente sério.
Isso é desinformação pura, clássica, daquela dos moldes que era feita na antiga URSS, e explicada com maestria na obra “Desinformação” (PACEPA): cria-se uma narrativa falsa e uma versão mentirosa, com um novo ‘enquadramento’ dos personagens envolvidos, e infiltra-se agentes para levarem essa narrativa para outros veículos de comunicação no estrangeiro, supostamente imparciais, que darão publicidade a ela, para maior credibilidade.
A seguir, parte-se para a repetição maciça da narrativa, que já foi “oficializada” por veículos estrangeiros isentos, e o trabalho de ‘desinformação’ está feito.
Quem está por trás dessa trama maléfica é mesmo um gênio demoníaco do mal. Ou é um comunista de carteirinha, educado sob todas as técnicas de ‘dezinformatsiya’, a magia negra da KGB e do bloco soviético, ou é alguém que desenvolveu um método novo, parecido com a ‘desinformação’ clássica, mas atualizado para os novos tempos.
Seja como for, essa narrativa falsa que está ganhando o mundo, no que se refere à atuação de Sérgio Moro enquanto juiz de direito, tem que ser parada urgentemente.
A “nota à imprensa” que o Ministério da Justiça divulgou, repito, é totalmente insuficiente para interromper o trabalho de desinformação.
Guillermo Federico Piacesi Ramos
Advogado e escritor. Autor dos livros “Escritos conservadores” (Ed. Fontenele, 2020) e “O despertar do Brasil Conservador” (Ed. Fontenele, 2021).