Edi Alves Guimarães é uma brasileira guerreira de 53 anos cujo endereço é a periferia da região metropolitana de Belo Horizonte, bairro Palmital, em Santa Luzia.
É usuária do sistema público de transporte urbano, um trecho do trajeto entre o seu local de trabalho e a sua residência lhe custa aproximadamente 1 hora e 40 minutos em boas condições de trânsito.
Edi Alves Guimarães é uma das milhões de pessoas no Brasil que passam parte da vida dentro de um ônibus.
É uma mãe de família, ela teve pelo menos 8 filhos, talvez seja mais uma cidadã que pode não ter tido instrução ou meios adequados para um planejamento familiar.
Edi Alves Guimarães não participa de manifestação contra a reforma da previdência, independente de ter opinião ou sequer refletir acerca do assunto.
Ela se despede pela última vez de seus queridos no dia 14 de junho de 2019. Ela é amada e cheia de sonhos.
Edi Alves Guimarães sobrevive a todas mazelas estatísticas de saúde e criminalidade que assolam a nação.
Ela está morta em decorrência de inalar fumaça de pneus queimados.
Está morta pelas mãos de criminosos travestidos de manifestantes.
Edi Alves Guimarães, é incontável a sua história. O seu trágico fim não é conveniente de ser detalhado pelos donos do poder e pela mídia que os ampara.
Edi Alves Guimarães, nasceu escrava e foi assassinada, talvez sem ter consciência de sua escravidão.
A sua memória é honrada por todos que amam e querem o Brasil livre.
(Texto de Cristiano Caiado de Acioli. Advogado)