Paulo Guedes: deputados abortaram Nova Previdência para manter privilégios

14/06/2019 às 14:54 Ler na área do assinante

Nesta sexta-feira (14), ao sair da sede do Consulado-geral da Itália, no Centro do Rio de Janeiro, onde se encontrou com empresários italianos, o ministro da Economia declarou a jornalistas suas opiniões acerca das mudanças propostas pelo relator do projeto de reforma da Previdência na Câmara dos Deputados.

"Eu acho que houve um recuo que pode abortar a nova Previdência. O recuo é que pelo menos pressões corporativas e de servidores do Legislativo forçaram o relator a abrir de R$ 30 bi para os servidores do Legislativo que já são favorecidos no sistema normal, então recuaram na regra de transição. E como isso ia ficar feio, recuar só nos servidores, estenderam também para o regime geral", afirmou Guedes.

Samuel Moreira (PSDB-SP), relator da proposta, retirou alguns dos principais pontos da proposta apresentada pelo ministro da Economia, através de parecer à Comissão Especial da casa nesta quinta-feira (13). Dessa forma, a economia seria menor do que a apresentada pelo governo.

"Eu esperava que cortassem o BPC e o Rural, daí ficava R$ 1 trilhão [de economia no orçamento em dez anos]. Porque com R$ 1 trilhão, eu alertei varias vezes, nós conseguimos lançar a nova Previdência, que é o compromisso com as futuras gerações. Mas aí, na verdade, cortaram R$ 350 bilhões [da proposta original]", declarou o ministro.
"Eu não vou criticar, eu estou esclarecendo e vou respeitar a decisão do Congresso. Agora, é importante que os deputados, que o relator, se aprovar a reforma do relator, que são R$ 860 bilhões de cortes, [digam que] abortaram a nova Previdência. Mostraram que não há compromisso com as futuras gerações. O compromisso com os servidores públicos do Legislativo parece maior do que das futuras gerações", enfatizou.

Com tantas manobras da oposição para tentar modificar, sem necessidade, a reforma da Previdência proposta pelo ministro, demonstram o quão despreocupados estão com o futuro do país. Espera-se que a pressão popular resolva a situação.

da Redação
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