Pedro Paulo e Eduardo Paes, agressão à mulher e engavetamento de inquérito no Rio de Janeiro

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O prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes já escolheu o seu candidato para a sua sucessão. É um velho amigo. Na política, começaram juntos, pelas mãos do ex-prefeito Cesar Maia. Trata-se de seu atual 'braço direito', o deputado federal Pedro Paulo Carvalho. Ambos são ligadíssimos, "unha e carne', como se diz na gíria. Em comum, além da mesma origem, o fato de terem transformado a atividade política em meio de vida, em profissão. Nunca trabalharam em qualquer outra atividade, não obstante Paes ser formado em direito e Pedro Paulo em economia.

De qualquer forma, o ponto em comum mais evidente entre os dois políticos profissionais, consiste na maneira como se utilizam do poder em benefício próprio.

No caso de Pedro Paulo, além de outras denúncias que tem contra sí - como por exemplo, uma ação do Ministério Público por uso indevido de bens públicos, que caminha a passos de tartaruga na Justiça carioca - acaba de ser revelado pela revista 'Veja', que contra o mesmo Pedro Paulo paira uma acusação seríssima de violência contra mulher.

No ano de 2010, o deputado, hoje pretenso candidato a prefeito, teria agredido violentamente, com socos e pontapés, a sua ex-mulher, Alexandra Marcondes Teixeira. 

Alexandra contou à polícia que chegou em casa de surpresa e descobriu que Pedro Paulo havia levado uma misteriosa companhia para dentro do apartamento onde viviam, na Barra da Tijuca. Em consequência do fato, houve briga, ela pediu a separação e, indignado, ele teria partido para a agressão e a violência. 

Após o acontecido, Alexandra procurou a polícia, tendo sido submetida a exame de corpo delito que comprovou a veracidade dos fatos e das agressões. Ela tinha os olhos roxos, marcas roxas nas pernas e dente quebrado. No inquérito, além do relato de Alexandra, consta o depoimento de uma testemunha dos fatos, uma babá, que teria presenciado o momento em que Pedro Paulo desferiu um soco no olho de Alexandra.

Porém, o detalhe mais sórdido na história, que demonstra um traço perigoso de Pedro Paulo e do próprio Eduardo Paes, é o fato da dupla ter conseguido manter o inquérito imóvel, parado, totalmente paralisado durante cinco anos e oito meses. 

Alexandra, então esposa de Pedro Paulo, após a agressão, fez o boletim de ocorrência, fez o exame de corpo delito, prestou depoimento, arrolou testemunha, que também prestou depoimento e, no momento em que chegou a vez do agressor falar, apresentar suas razões, o inquérito foi simplesmente engavetado.

Há pouco mais de 15 dias, somente após a descoberta da revista 'Veja',  o caso foi encaminhado para o Ministério Público.

Uma nova pressão política vai trabalhar no sentido de que o MP requeira o arquivamento do caso.

O agressor, prontamente, já juntou uma declaração assinada por Alexandra, onde ela volta atrás nas acusações e afirma que tudo foi inventado para prejudicá-lo.

Paes, o prefeito, sadicamente, trata a questão como 'fofoca da oposição'.

Realmente um caso grave porque depõe contra a democracia, pois dois homens, em função dos cargos que exercem, não podem direcionar a ação da polícia e do MP de acordo com suas meras conveniências políticas.

Vamos aguardar.

Amanda Acosta 

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