Procurador da Lava Jato responde a “insinuações” de Toffoli e não poupa advogados

05/05/2019 às 19:04 Ler na área do assinante

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, durante um jantar em sua homenagem, realizado em São Paulo na última sexta-feira (3), oferecido pela fina flor da advocacia brasileira - os advogados mais bem pagos do país, aqueles que prestam serviços para a nata da bandidagem nacional - retribuiu a ‘homenagem’ fazendo insinuações maldosas ao trabalho desenvolvido pela Operação Lava Jato.

Toffoli afirmou aos advogados que não se pode ter excessos no Judiciário, em clara alusão a Lava Jato, vez que o tom das críticas eram questões como a condução coercitiva e prisões preventivas prolongadas, extremamente utilizadas na operação.

E os ataques prosseguiram:

“É preciso defender a democracia, é preciso sim defender o Supremo Tribunal Federal, é preciso sim defender o Judiciário brasileiro, é preciso sim defender o Ministério Público, a advocacia privada, a advocacia pública, a Defensoria Pública. O que não se pode são os excessos. O que não se pode é querer, superando os limites legais e constitucionais, ser o dono do poder, criando inclusive, do nada, recursos para tal finalidade. Recursos que deveriam voltar à União, ao Estado", disse o ministro.

A resposta não tardou. E partiu daquele que se notabilizou como um dos mais atuantes procuradores da força tarefa, Carlos Fernando dos Santos Lima, atualmente aposentado.

O procurador respondeu com veemência a Toffoli e, de quebra, mandou um recado para os advogados da nata da bandidagem, a quem tratou como “amigos do rei”.

Disse Carlos Fernando:

“O STF precisa mesmo ser protegido, mas precisa ser protegido dos equívocos cometidos por Toffoli e Alexandre de Moraes na condução de um inquérito ilegal que ofende quase todos os princípios constitucionais.
Pena que os ‘garantistas’ que ofereceram o jantar de desagravo sejam apenas ‘amigos do rei’ e não estejam preocupados realmente com os princípios do processo penal, salvo quando interessa aos seus poderosos clientes.
Por fim, é vergonhoso fazer insinuações sobre o procedimento da Força Tarefa Lava Jato.
Trata-se apenas de uma tática de sobrevivência da velha ordem que a Lava Jato desmascarou.”
da Redação
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