
O “corte” nas verbas das universidades e a canalhice da mídia
02/05/2019 às 05:20 Ler na área do assinante
A mídia divulga:
"Governo corta 30% de verbas para as universidades federais"
Nossa! Que bomba! Todo mundo compartilha e MAIS UMA VEZ cai na armadilha, ajudando espalhar a cortina de fumaça!
A manchete poderia, contextualizada, ser:
"Governo corta verbas de universidades federais para não cometer o mesmo crime que Dilma"
Fico me perguntando onde está o pensamento crítico de quem lê isso e usa de forma política... Vocês não percebem que tem gente que pensa do lado de cá?
O contingenciamento é apenas das verbas discricionárias, aquelas que não são obrigatórias. Ou seja, o pagamento dos salários dos professores e funcionários, os custos de manutenção dos prédios públicos, as bolsas dos estudantes, água, luz e outros itens básicos estão garantidos, pois esses são gastos obrigatórios.
Segundo o MEC, o corte foi feito para que o governo se enquadre na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), meta de resultado primário e teto de gastos. Ou seja, o contingenciamento foi feito visando não incorrer em crime de responsabilidade, o mesmo que levou Dilma Rousseff ao impeachment.
O que parece estar preocupando os reitores é a falta de patrocínio de performances de gosto duvidoso e campanhas políticas com o dinheiro que deveria ser usado EXCLUSIVAMENTE com os estudantes.
Lógico que os reitores estão irados!
Golaço do Jair!
ATUALIZAÇÃO:
O texto acima trata-se de um artigo de opinião que originalmente continha a informação de que universidades federais não teriam comprovado o destino de 30% de suas verbas. Em função disso o governo teria bloqueado o repasse de valores equivalente às instituições. A informação não procedia, tendo o MEC informado que o bloqueio se deu para que o governo se enquadrasse na LRF.
Raquel Brugnera
Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.