O “efeito reverso” que atingiu os artistas e a mídia, vai acertar Gleisi, Rosário, Pimenta e outros
23/04/2019 às 07:53 Ler na área do assinanteEntenda o que é o "efeito reverso" na política:
Assistimos esse fenômeno nas eleições americanas, onde artistas de Hollywood, atletas e mídia em geral, se posicionaram contra Donald Trump, resultado? Ele foi eleito.
O mesmo aconteceu no Brasil nas últimas eleições, artistas e mídia ficaram contra Bolsonaro para defenderem seus interesses pessoais/financeiros; resultado? Ele foi eleito.
Agora estamos assistindo o 'efeito reverso' castigando a mídia e as empresas de pesquisa de opinião. Eles erraram tanto e publicaram tantas acusações sem ter uma ameaça real, que provocaram uma reação inusitada (porém previsível) na população: perderam a credibilidade e nada do que eles divulgam é levado a sério, só faz aumentar o apoio ao governo.
Mas não para por aí, a médio prazo, o mesmo efeito reverso irá alcançar a oposição.
Explico: Considerando que boa parte dos opositores irão se candidatar em 2022 e não terão resultados para apresentar aos seus eleitores (afinal, passaram quatro anos apenas tumultuando sessões da Câmara para evitar a votação das reformas), eles acabarão sofrendo as consequências da falta de produtividade.
Os vídeos desses candidatos atrapalhando o trabalho no congresso serão usados pelos seus próprios adversários políticos, colocando em dúvida sua capacidade de trabalhar naquele ambiente e de apresentar projetos relevantes à população. Eles perderão votos.
Já os estrategistas da campanha de Bolsonaro, irão usar o fato da oposição ter atrapalhado o bom andamento dos projetos do governo, para justificarem possíveis falhas e, consequentemente, irão sugerir como solução para a falta de resultados, a eleição de deputados e senadores aliados e a reeleição do presidente, para aí sim, termos as instituições destravadas.
A oposição ficará apenas com o voto dos militantes, mas a população comum (aquela que não é nem direita, nem esquerda), mais uma vez decidirá a eleição, escolhendo destravar o país e dando seu voto de protesto contra quem passou 4 anos sem produzir nada, apenas recebeu salários.
Ou seja, assim como aconteceu em 2018, o "anti petismo" fará a diferença, talvez na roupagem de "anti parasitismo".
Além disso, a mídia não terá como fazer uma campanha agressiva como fez em 2018, porque as acusações de uma possível ditadura militar terão caído por terra, por conta dos 4 anos de governo pacífico sem qualquer medida opressora contra seus ferozes opositores.
Se eu que sou pós graduando em estratégia política e marketing eleitoral, já consegui detectar esse fenômeno, imaginem um estrategista de longa data que ganha milhões para montar uma campanha?
Eles já sabem deste efeito que poderá varrer a esquerda do cenário político nacional, então a previsão é que em breve a oposição irá se acalmar e trabalhar, para ter o que apresentar para seus eleitores no próximo pleito.
Ou trabalham, ou assumem o risco de darem suas vagas aos candidatos da direita que saberão como usar as falhas dos opositores.
Para quem acha que a "onda Bolsonaro" morrerá na praia até 2022, ledo engano, ela ganha força nos últimos anos de mandato, quando até mesmo a oposição terá que trabalhar para garantir sua própria sobrevivência política.
A receita é a mesma que fez efeito em todos os países que já passaram por esse mesmo processo de moralização democrática:
Sem atitudes drásticas, sem intervenção militar, sem censura da imprensa, apenas trabalhar no erro dos adversários, mantendo a paz & ciência.
É questão de tempo e estratégia...
Raquel Brugnera
Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.