As micro, pequenas e médias empresas são incensadas pela sociedade em função das oportunidades para as pessoas e por identificarem significativos vencedores. São os que deram certo como empreendedores.
As MPMEs são símbolos do empreendedorismo e do sucesso pessoal.
Constituem a maior parte das empresas oficiais.
Do ponto de vista dos empregos formais, representam cerca de 26% do total dos empregos celetistas e estatutários, conforme a RAIS de 2014.
Os empregos formais, no entanto, são pouco mais de 50% da população ocupada. Os demais são empregados domésticos e trabalhadores por conta própria, em empreendimentos informais. Todos esses de pequeno porte. Uma pequena parte, ainda, vem se formalizando em função dos novos mecanismos como as micro empresas individuais e classificadas nas estatísticas como empregadores.
São a maioria dos trabalhadores ocupados. O micro ou pequeno empreendimento são a solução que o trabalhador tem para vencer o desemprego.
No mundo econômico, cada vez mais globalizado e dominado pelas mega multinacionais, criando unidades produtivas de grande escala, para aproveitar as oportunidades de introdução da automação e robotização, qual é o papel macroeconômico que resta para as micro, pequenas e médias empresas?
O principal campo é o de trabalharem como terceiras das grandes e mega empresas, desenvolvendo trabalhos especializados. A tendência das empresas é reduzir os seus quadros próprios e terceirizar o máximo das suas atividades não principais e descentralizar as suas atividades principais. Nesse processo de terceirização, emergem as oportunidades para os empreendedores de pequeno porte. Na nomenclatura gerencial são os "business to business" ou B2B.
Um segundo grande campo para o empreendedorismo de pequeno porte é o de trabalhar diretamente com os consumidores finais, no mercado do B2C (business to consumer) ou com produtos voltados para o consumo. Podem ser pequenos empreendimentos locais, que atendem a um mercado restrito, ou "start ups" que começam com pequeno porte, mas podem alcançar escalas mundiais, como ocorreu com o Windows da Microsoft, os aparelhos e sistemas da Apple, o Facebook e outros.
Um terceiro campo é o dos consórcios de empresas de pequeno porte para atuar no mercado internacional, concorrendo com as mega multinacionais. Sozinhas não teriam escala para criar rede internacional de comercialização, de assistência pós-venda, estruturas logísticas e outras condições. Mas associadas ou consorciadas poderiam criar estruturas competitivas, como há exemplos no mundo.
As "start ups" são uma das principais fontes de inovação, gerando produtos que, quando bem aceitas, alcançam o mercado mundial.
A partir dessas circunstâncias, existem duas posições básicas em relação ao empreendedorismo de pequeno porte:
estabelecer políticas pública de apoio público prioritário para os empreendimentos de pequeno porte, inclusive como fator de dinamização da economia;
não estabelecer políticas econômicas específicas para os empreendimentos de pequeno porte, mas aceitando-os como instrumentos de política social, principalmente para sustentação das ocupação laboral.
Alternativa como política social
Os empreendimentos de pequeno porte tem uma importância limitada no conjunto da economia, ficando na dependência das grandes empresas.
Embora contemple um grande numero de empresas, essas estão altamente dispersas dentro do contexto econômico, limitado a mercado locais.
Mas é a principal alternativa dos desligados do mercado formal, com duas movimentações distintas:
o dos que se tornam empreendedores por necessidade de sobrevivência, em geral, na condição de trabalho por conta própria ou de "free lancer" (frila);
os que se desenvolvem dentro de um espírito empreendedor, sendo a micro ou pequena empresa apenas um estágio para "saltos maiores".
O Governo deve ter políticas publicas de natureza social, para melhorar a sobrevivência desses empreendimentos por necessidade, com benefícios fiscais ou subsídios.
A alternativa de priorização do apoio às MPMEs trataremos em outro artigo.
Jorge Hori
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Jorge Hori
Articulista