A evidente falta de decoro da bancada da vergonha (Veja o Vídeo)
04/04/2019 às 14:40 Ler na área do assinanteNesta quarta-feira (03), durante a discussão sobre a reforma da Previdência na sessão da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara, deputados petistas e psolistas interromperam constantemente o ministro Paulo Guedes, quebrando completamente o decoro.
Logo no início da sessão, Maria do Rosário reclamou do tempo de fala, para a deputada do PT-RS, cinco minutos não seriam suficientes para tratar do tema, que segundo ela, é extremamente complexo. Mais à frente, a parlamentar se irritou com algumas críticas tecidas pelo ministro da economia às gestões petistas, em especial a da ex-presidente Dilma Rousseff. Ela afirmou que Paulo Guedes estava desrespeitando o parlamento ao fazer afirmações provocativas ao PT e (pela milésima vez) se referiu ao processo de Impeachment como "golpe", além de afirmar que a PEC da reforma da previdência por si só era uma afronta aos parlamentares, pois a mesma após aprovada, só poderia ser alterada pelo poder executivo, sem passar pela apreciação do legislativo. O presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), teve de cortar a palavra da petista que, continuou gritando mesmo com o microfone desligado.
Na sequência, alguns parlamentares da oposição tentaram ironizar o fato de Paulo Guedes citar o modelo de Previdência do Chile para explicar sua proposta. "Chile, vinte e seis mil dólares de renda per capita, quase o dobro do Brasil. Na Venezuela está melhor não é?" Retrucou o ministro em tom de sarcasmo. Em seguida foi a vez de Ivan Valente (PSOL-SP) tentar lacrar com um cartaz que dizia "Pec da Morte". O psolista foi seguido por outros deputados de esquerda que exibiram placas similares. Mesmo depois de barbados e grisalhos, os parlamentares da oposição demonstraram ainda agir como adolescentes universitários.
O que Paulo Guedes pretendia era explicar as vantagens de se adotar um regime de capitalização para a previdência, onde as pessoas pudessem complementar sua contribuição previdenciária com mais dinheiro para aumentar o valor da aposentadoria, se assim desejassem. Além disso, Paulo Guedes explicou que no regime de capitalização, assim como faz o Chile, qualquer alteração no valor necessário para cobrir os gastos da previdência, poderia ser feita aumentando a tributação do PIB em 1% ou 2%. Ele ainda lembrou que o Chile tributa apenas 20% do PIB, ao passo em que o Brasil tributa 34% e mesmo assim, possui um sistema previdenciário deficitário. Porém, os deputados da oposição seguiram fazendo perguntas aleatórias que desviavam o foco do tema tratado na comissão.
“Eu vou falar na hora em que você falar também. Fala mais alto do que eu. Fala alto. Eu não estou ouvindo. A palavra é dos senhores”, disse Guedes em resposta à confusão generalizada que se instalou na câmara, onde deputados oposicionistas interrompiam, gritavam e ofendiam o ministro sem parar.
Todavia, o momento mais emblemático da sessão ocorreu quando o auxiliar econômico de Bolsonaro citou que no sistema atual, uma empregada doméstica trabalharia em média até os 61,7 anos, e que no modelo proposto por ele, a mesma trabalhadora se aposentaria aos 62 anos. O objetivo do ministro era explicar que o impacto da reforma seria muito maior para os políticos e servidores públicos do alto escalão do que para os mais pobres. Foi então, que Ivan Valente (líder do PSOL), debochou de Guedes perguntando em qual lugar do Brasil, uma empregada conseguira ter sua carteira assinada tempo o bastante para completar 20 anos de contribuição.
Paulo Guedes ficou vermelho e com o dedo em riste disparou:
“Vocês estão há quatro mandatos no poder. Por que é que não botaram imposto sobre dividendo? Por que é que deram benefícios para bilionários? Por que é que deram dinheiro para a JBS? Por que é que deram dinheiro para o BNDES? Vocês estiveram no governo. Vocês são governo. Nós estamos há três meses. Vocês tiveram 18 anos, 18 anos no poder e não tiveram coragem de mudar, não pagaram nada, não cortaram dividendos. O PSOL nasceu porque eles (o PT) fecharam questão”.
Para completar, Guedes ainda rebateu as críticas feitas por oposicionistas de que militares estariam sendo privilegiados pelo texto da reforma. “Cortem vocês. Vocês são o Congresso Nacional. Têm medo de fazer isso?" desafiou o ministro.
O presidente da CCJ bem que tentou conter os ânimos, mas todos os seus esforços foram em vão, tanto que o deputado Zeca Dirceu (PT-PR), filho de José Dirceu, teve a audácia de dizer que Paulo Guedes era "tigrão com aposentados e tchutchuca com bancários". Guedes não deixou barato e respondeu: "tchutchuca é a mãe, é a vó". Depois disso, o clima que já estava tenso descambou de vez. A sessão foi encerrada e Paulo Guedes teve de ser cercado pela Segurança da Câmara para não ser hostilizado pelos petistas e psolistas e poder deixar o recinto. Porém, Zeca Dirceu barrou a saída e continuou gritando com o ministro enquanto chacoalhava suas longas madeixas loiras de um lado para outro, transformando a câmara no palco de um "empurra-empurra" generalizado que terminou com deputados governistas gritando e chamando o filho de Zé Dirceu de moleque (parece que ninguém pensou em chamá-lo de cachinhos dourados). Após algum tempo o petista cedeu e deixou a sala. Para finalizar o espetáculo Maria do Rosário, que passou um bom tempo enfiando sua chamativa testa por entre os braços dos seguranças para gritar com Paulo Guedes, foi até a delegacia da Polícia Legislativa da Câmara para se queixar que havia sido agredida pela assessora especial do Ministério da Economia Daniella Marques.
Os policiais conduziram Daniella até a delegacia. A mesma foi acompanhada pelo procurador-geral da Fazenda Nacional, José Levi Mello que mais tarde, declarou à imprensa que não foi registrado ocorrência e que tudo estava sob uma atmosfera "absolutamente serena". Então o que será que o procurador consideraria como uma "atmosfera conturbada"? Bom, eu espero não descobrir a resposta dessa pergunta, pois senão, a votação da reforma andará a passos de tartaruga enquanto o Brasil mergulha cada vez mais fundo na crise econômica causada pelo PT.
Felipe Branco
Cristão conservador, estudante de direito e aspirante a escritor.