A confissão de Battisti revelou o que o PT sempre negou: o terrorista é um monstro assassino
30/03/2019 às 18:09 Ler na área do assinanteO PT, através de Tarso Genro e de seus mais notórios quadros, sempre negou o que as Justiças italiana e francesa sempre afirmaram: que Cesare Battisti era um assassino frio e cruel. Mas o PT e o governo petista sempre se identificaram com Battisti e o defenderam: “Asinus assinam fricat.”
A identidade ideológica de organizações e pessoas, desde que criminosas, é suficiente para acobertar quaisquer crimes. Segundo esta teoria, tão cara à militância petista e adjacências ideológicas, Battisti era inocente de assassinatos e assaltos: um perseguido pela Justiça da Itália.
Da mesma forma e para a mesma militância, Maduro é inocente de todos os crimes que todos os demais veem: é apenas um perseguido pelos Estados Unidos.
O PT é inocente da morte de Celso Daniel. E Lula, por sua vez, é inocente de corrupção passiva e lavagem de dinheiro: apenas um perseguido por Moro (um agente da CIA) e pela Justiça brasileira.
Esta é a maneira de ver as coisas das esquerdas, em geral, e dos petistas, em particular. É como se essa gente sofresse de um certo astigmatismo cerebral, que distorce as informações que lá chegam e fazem parecer o contrário do que são. A neurociência define isto como Imunização Cognitiva. O povo racional chama isto de fanatismo ideológico.
O STF, numa condenação implícita de Battisti, já havia recomendado ao governo de Lula a sua extradição. No dia 31 de dezembro de 2010, ao apagar das luzes do governo Lula, este resolve o previsível: não extraditar Battisti e deixa-lo livre e solto no Brasil. A militância petista explodiu em alegria. A foto acima é só uma amostra daquela celebração.
Vem agora a notícia de que Battisti assumiu os quatro assassinatos na década de 1970, além de ferir mais três, um deles deixado paraplégico. Afirmou, ainda, que se declarava inocente para obter apoio da esquerda no México, na França e no Brasil.
Aceitará a militância lulopetista a confissão de Battisti? Não creio. A imunização cognitiva (ou astigmatismo mental) que acomete as esquerdas fundamentalistas não permitirá.
Tarso Genro já se manifestou acusando a Justiça italiana de ter obtido a confissão à força.
Ora, em se tratando de pais democrático como a Itália, tal suspeita expressa em público é uma afronta. Afronta tão grande e absurda como a que afirma que Lula é inocente e foi condenado sem provas.
Vade reto!
José J. de Espíndola
Engenheiro Mecânico pela UFRGS. Mestre em Ciências em Engenharia pela PUC-Rio. Doutor (Ph.D.) pelo Institute of Sound and Vibration Research (ISVR) da Universidade de Southampton, Inglaterra. Doutor Honoris Causa da UFPR. Membro Emérito do Comitê de Dinâmica da ABCM. Detentor do Prêmio Engenharia Mecânica Brasileira da ABCM. Detentor da Medalha de Reconhecimento da UFSC por Ação Pioneira na Construção da Pós-graduação. Detentor da Medalha João David Ferreira Lima, concedida pela Câmara Municipal de Florianópolis. Criador da área de Vibrações e Acústica do Programa de Pós-Graduação em engenharia Mecânica. Idealizador e criador do LVA, Laboratório de Vibrações e Acústica da UFSC. Professor Titular da UFSC, Departamento de Engenharia Mecânica, aposentado.