Hospital Santa Isabel, em Blumenau, adquire robô cirúrgico para procedimentos diversos (Veja o Vídeo)
29/03/2019 às 10:00 Ler na área do assinanteContrato firmado com empresa que representa a fabricante americana no Brasil tem investimento de R$ 12 milhões e representa avanço na medicina catarinense por ser a primeira unidade a oferecer procedimentos de tecnologia avançada
O Hospital Santa Isabel (HSI), de Blumenau (SC), seguindo sua vocação para inovação tecnológica na área da saúde em Santa Catarina, será a primeira unidade do estado a contar com cirurgias robóticas entre suas especialidades. A Instituição, que é referência nacional em procedimentos de alta complexidade, acaba de firmar contrato com a representante nacional da empresa americana Intuitive para aquisição de um robô-cirurgião do modelo Da Vinci Si. O início da operação, previsto para o mês de maio de 2019, representa um grande avanço para a medicina do estado. Atualmente, a tecnologia está presente em poucos centros de referência hospitalar, principalmente em capitais e grandes metrópoles.
Desde outubro de 2018, o HSI mantém parceria com o Hospital Santa Catarina, em São Paulo, onde os pacientes de Blumenau e região realizavam seus procedimentos acompanhados de seus médicos de Blumenau. Ambos são administrados pela entidade filantrópica Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC) e fazem parte do Programa de Cirurgia Robótica da Instituição.
De acordo com o Dr. Pedro Trauczynski, cirurgião geral especialista em cirurgia minimamente invasiva / robótica e responsável pelo Programa de Cirurgia Robótica no HSI, o custo para aquisição da tecnologia chega a R$ 12 milhões.
“Há aproximadamente 7 anos atrás o Hospital Santa Isabel chegou a iniciar projeto de implementação da cirurgia robótica, mas devido ao alto custo da tecnologia o projeto não foi viável naquele momento. Em 2018, retomamos o projeto, pois o método estava sendo implantado em hospital da rede ACSC - Hospital Santa Catarina, na capital paulista. Com isso, a gestora estabeleceu parceria com a representante do robô no Brasil para viabilizar a aquisição de mais equipamentos e a implementação de um programa de robótica em rede, trazendo o pioneirismo da cirurgia robótica para seu hospital catarinense, o Hospital Santa Isabel, explica.
Todas as cirurgias por via laparoscópica podem ser feitas com o robô-cirurgião. As principais especialidades envolvidas são: Urologia , Cirurgia geral e Digestiva, Ginecologia, Cirurgia Toracica, Cirurgia de Cabeça e Pescoço, dentre outras. O Dr. Trauczynski explica que o paciente operado por via robótica tem ainda mais vantagens , quanto mais complexas as cirurgias, pois permite a realização do procedimento por técnicas minimamente invasivas. Procedimentos complexos de hérnias de parede abdominal e especialidades como urologia, ginecologia, cirurgia digestiva e toracica serão as mais beneficiadas pela cirurgia que utiliza esta técnica.
O robô possui quatro braços, sendo que um fica com uma câmera e os outros três realizam a operação, comandado apelo cirurgião. O médico cirurgião especializado, tem a possibilidade de realizar a cirurgia com uma imagem 3D, que pode ser ampliada em até 15 vezes. A principal vantagem é a precisão das pinças robóticas controladas pelo cirurgião, que realizam movimentos de 360 graus, mais precisos e com uma melhor ergonomia ao cirurgião. Especialmente úteis quando se trabalha em cavidades com restrição de espaço como a pelve, o tórax e a parede abdominal , ou em complexas suturas ou anastomoses. Também permanecem presentes na sala um cirurgião auxiliar, que fica ao lado do paciente para eventual intercorrência, um instrumentador cirúrgico e o anestesista.
“A cirurgia robótica é minimamente invasiva, porque o robô tem melhor ergonomia em espaços apertados e maior precisão por meio do movimento de 360 graus das pinças. É importante mencionar que quem realiza a cirurgia é o médico, não o robô. É a mesma lógica de um piloto de avião e por isso é um procedimento seguro. Ainda, minimiza os riscos de sangramento e gera menos dores, levando a melhores resultados aos pacientes no pós-cirúrgico”, completa o Dr. Trauczynski.
Enquanto aguarda a chegada do robô-cirurgião, o Hospital Santa Isabel vem capacitando seu Corpo-Clínico. Para se tornar um cirurgião habilitado o médico cirurgião precisa passar por um treinamento teórico e avaliação, atingir metas mundialmente pré estabelecidas em simuladores ( similar ao treinamento de pilotos de avião ) e ainda realizar uma prova prática nos centros mundiais de treinamento da empresa americana. Só então, o cirurgião passa a ser habilitado à tecnologia. O HSI também dará oportunidade para que profissionais de outros hospitais do estado e da região Sul participem do Programa e tragam seus pacientes até a unidade.
Sobre o Hospital Santa Isabel (HSI)
A história deste, que é um dos maiores hospitais de Santa Catarina, está ligada à chegada das primeiras Irmãs da Divina Providência ao Brasil, em 1895, que praticavam enfermagem ambulante em toda a região. Com o tempo, o aumento do número de pacientes e o apoio logístico da sociedade blumenauense, nascia oficialmente em 4 de outubro de 1909 o Hospital Santa Isabel. Desde 2015, essa filosofia é levada adiante pela administração da Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC). Hoje, o HSI conta com uma equipe formada por aproximadamente 1.200 colaboradores e 370 médicos, mais de 260 leitos, sendo 10 na UTI Coronariana e 20 na UTI Geral, e atende 44 especialidades médicas em uma área de mais de 28 mil metros quadrados. Sua intensa vocação à Alta Complexidade o torna referência em especialidades como Implante de Marca Passo, Hemodinâmica, Radioterapia, Neurologia Clínica e Neurocirurgia. O Santa Isabel também é reconhecido como o melhor hospital transplantador de Santa Catarina, estando entre os cinco principais hospitais que realizam transplantes de fígado no Brasil. Por todos esses números, o Santa Isabel é referência para aproximadamente 90 municípios catarinenses, além de pacientes oriundos de outros locais do país. Tem uma média geral de 15 mil internações por ano, entre pacientes do Sus e convênio.
Sobre a Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC)
Com mais de 120 anos de atuação no Brasil, a Associação Congregação de Santa Catarina (ACSC) é responsável pela administração de 23 entidades em três segmentos de atuação: Educação, Saúde e Assistência Social. A ACSC criou um modelo de gestão autossustentável onde todo superávit gerado por nossos negócios é aplicado integralmente em nossas obras, nos três segmentos, a fim de executar dignamente suas atividades e acolher e cuidar do ser humano em todo o ciclo da vida. Ao todo, são mais de 13.000 colaboradores distribuídos em diversas instituições de saúde, mantendo inúmeros estabelecimentos de ensino e acolhendo crianças, adultos e idosos em espaços assistenciais, com atendimento humanizado e serviços de qualidade para milhares de pessoas em seis estados brasileiros (Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Santa Catarina e São Paulo). Atualmente, na área de educação, as instituições da ACSC oferecem ensino de qualidade a 4.934 alunos, com 1.005 deles contemplados com bolsas integrais assistenciais. As entidades de saúde realizam anualmente 111 mil internações, 558 mil atendimentos de urgência e emergência, 2 milhões e 40 mil atendimentos ambulatoriais, 4 milhões e 913 mil exames, sendo 73,7% dos atendimentos destinados aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS). Na assistência social, cerca de 600 pessoas em vulnerabilidade e risco social são beneficiadas por projetos sociais da ACSC.
Abaixo veja o vídeo:
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz