Nunca vi tantos esquerdistas tendo "orgulho" de ser brasileiro como agora...

19/03/2019 às 16:05 Ler na área do assinante

Evidente que a liberação de vistos entre Brasil e Estados Unidos deve ser um acordo unilateral e isso não tem nada a ver com "se rebaixar aos Estados Unidos".

E olha que essa crítica está vindo dos antipatriotas! Nunca vi tantos esquerdistas tendo orgulho de ser brasileiro como agora!

Usem a lógica e não o orgulho ferido para pensarem a geopolítica, caso contrário, correrão o risco de terem visões deturpadas das coisas. Para chegar a uma decisão unilateral da liberação de vistos com um país aliado, em via de regra, leva-se em conta qual país é mais atrativo economicamente para evitar que o outro esvazie, por exemplo:

Já imaginaram o estrago para nossa economia, caso os EUA liberassem a entrada de brasileiros?

Não só pelo sem-número de pessoas que iriam mudar de país para trabalhar e estudar, mas também pelos empresários.

Que empresa não gostaria de abrir sua loja ou fábrica por lá? Economia estável, menos burocracia, menos impostos, receberia em dólar e poderia comprar a matéria prima no Brasil por reais. A tia que vende pão de queijo e açaí na Avenida Paulista ficaria rica em Nova York, por que investiria aqui?

Somos um povo empreendedor, criativo, arriscamos muito, temos produtos interessantes para vender, não temos medo de trabalhar mais do que o horário estabelecido, se for pra ganhar um trocado a mais a gente faz hora extra, faz "um bico"; isso é ser capitalista!

Seria péssimo para o Brasil essa debandada de mão de obra e dinheiro para o exterior.

Esse visto tem dois alvos simples: o turismo e a legalização de quem já está nos EUA.

Quem está lá ilegalmente não contribui como o cidadão legalizado se obriga a fazer, então, ao propor uma colaboração entre os países, espera-se que muitos estrangeiros possam aderir ao processo de legalização sem receio de serem deportados imediatamente, basta provar que está trabalhando, que tem um valor suficiente para uma espécie de seguridade social e que não dará prejuízos a nação, tendo condições de se sustentar, pagar sua moradia, seus impostos e seu amparo médico.

Já para o Brasil, os benefícios serão sobre o turismo e a chegada de novas empresas que tenham coragem de abrirem suas portas em um dos países mais burocráticos e caros do universo para se empreender. Nossos atrativos são as matérias primas abundantes e mão de obra farta.

Lembrem-se desse texto quando ouvirem falar que a montadora americana abriu vagas de emprego na unidade da tua cidade, é sobre isso que estamos falando, não sejamos arrogantes a ponto de compararmos o desejo que um brasileiro tem de morar nos EUA, e de um americano vir morar aqui.

O "Brazilian Dream" só existe para os refugiados de mazelas bem piores do que a nossa.

Raquel Brugnera

Pós Graduando em Comunicação Eleitoral, Estratégia e Marketing Político - Universidade Estácio de Sá - RJ.

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