Troca-troca faz sucesso entre as mulheres!!! Experimente...

24/10/2015 às 12:39 Ler na área do assinante

Verdade seja dita: duas reclamações eternas das mulheres é que não têm tempo prá nada e que nunca têm todas as peças que precisam no seu guarda-roupa.

Pensando nisso, cinco amigas sentiram-se instigadas a experimentar a sugestão de uma revista: promover um troca-troca de roupas entre amigas.

Na prática, é o resgate de um costume antigo. A troca de mercadorias foi a primeira forma de comercialização praticada em nossa sociedade, assim como o sal foi a primeira moeda. Em tempos de vacas magras, é uma maneira de unir o útil ao agradável: renovar o guarda-roupa sem gastar um tostão e aproveitar para se divertir, relaxar.

Substituímos os nomes verdadeiros por apelidos carinhosos para que as personagens não sejam reconhecidas, mas quem convive com elas não deixará de notar as semelhanças...

Confira como nasceu a idéia, o que rolou no evento e o desfecho do encontro. Com certeza você se identificará com alguma ou com todas as mulheres envolvidas.

E assim nasceu a idéia...

Cinco colegas de trabalho, durante o "cafezinho", tiveram a idéia de fazer encontros semanais... Sem compromisso agendado. Fariam uma reunião por semana para jogar conversa fora, “desestressar”...  Simplesmente curtirem um tempo para elas mesmas. Todas acharam muito legal, afinal, cada uma delas vive um momento único na sua vida que precisa compartilhar com as amigas para não esmorecer.

A primeira, Avoada, está atolada em compromissos com casa-marido-filhos pequenos. A segunda, Jade do Norte, está se divorciando com filhos adolescentes.

A terceira, Tia Cretina, está se divorciando de um casamento de mais de dez anos, sem filhos, mas não menos importante, com um filhote, o Tarô. A quarta, Lilica Ripilica, está se divorciando depois de vinte e tantos anos de casamento, com filhos adultos. A quinta, Barbie princesa, é bem jovem e está saindo de uma desilusão amorosa (melhor amiga namorando o ex-namorado), que às vezes dói ainda mais que qualquer outra das situações citadas, justamente por ser tão jovem, cheia de sonhos e romantismo.

A Avoada falou: “Cada semana a gente inventa alguma coisa, pode ser cinema, filme com pipoca, escutar música e falar asneiras, beber e dançar... sei lá, a gente inventa...”

Jade do Norte, mais que depressa, complementou: “É bom mesmo a gente fazer isso. Os homens não se reúnem prá beber, jogar futebol?... A gente tem que se reunir também pra relaxar."

A Tia Cretina riu e disse: “Falem por vocês, eu também gosto de me reunir pra beber... tem happy hour toda sexta! Às vezes na quinta também... se a reunião nossa for na quarta eu já embalo... há, há, há...”

Lilica então comenta: “Está me ocorrendo uma idéia. E se a gente usar essa reunião para algo positivo?  Poderíamos fazer algo por alguém que está precisando, como essas reuniões “amigas da costurinha”, “amigas do tricô”... não isso, mas tipo isso, entendem?”

E foi aí que pairou o silêncio. Uma mistura de riso e tristeza...

Seguiu-se uma série de: “Tipo o quê? Pra quem? Como assim?”

E até um: “Amigas da costurinha? Que é isso, amiga? Há, há, há,há, há....”

De repente uma voz ecoa: “Meninas, atenção!!!”

Todas olham para a Avoada: “A boa ação é pra nós, faremos isso por nós, somente nós mesmas.... é uma excelente ação!!! Aliás, no momento, é a melhor ação que podemos fazer.”

E continuando: “Por que nós temos tanta dificuldade em nos colocarmos em primeiro lugar? É tão difícil pelo menos umas horas na semana nos dedicarmos pra nós mesmas? Pois, do contrário, ficamos exaustas, secas de sentimentos e sem ânimo para nos doarmos para todas as outras pessoas que precisam de nós durante o resto das horas que sobram na semana.”

Todas concordaram: “Caramba! Verdade: como é difícil!!!”

E ainda: “Olha, só... a gente age assim automaticamente, sem perceber já queremos justificar nossa reunião...”

Apesar de todas perceberem a importância do que haviam resolvido e concordarem com as últimas afirmações, o fato é que demorou muito para a tal primeira reunião sair. Por que será?

Cada semana uma ou todas tinham um problema:. o filho doente, a reunião da igreja, época de provas, a viagem, o psicólogo, os exames médicos, o dentista, a empregada que faltou etc.

A verdade é que vida de mulher é uma dureza... Há tantas outras coisas muito mais importantes que ocupar-se com si mesma que, realmente, ela acaba colocando-se em segundo, terceiro, quarto plano... 

Mas quando parecia que a reunião ia mixar sem nunca ter sequer havido... Eis que surge uma idéia.

Uma matéria em uma revista semanal sobre trocas de roupas entre amigas foi a alavanca para começar o tal ciclo de reuniões femininas.

Estava resolvido o grande dilema feminino: havia um motivo para reunirem-se.

Êhhhhhhh!!! E um motivo útil e até nobre: fazer uma limpeza no guarda-roupa e tirar tudo que não usa mais, depois trocam entre si - os artigos dispensados por umas são aproveitados por outras -  e o que sobrar ainda é doado para um bazar institucional...

E assim surgiu o tal “clube da luluzinha” para recarga de pilhas emocionais dessas mulheres simples e guerreiras e, por isso mesmo, especiais. 

Siga o exemplo dessas mulheres e boa troca!

Descrição do Evento

1- Combine com algumas amigas (no mínimo cinco ou seis) a operação “limpeza”: reavaliar o guarda-roupa, separar tudo que não serve mais, não usa mais, ou até nunca usou, ou já usou tanto que enjoou. Vale tudo: roupas, sapatos, bolsas, acessórios, etc.

2 - O encontro para a troca deve ocorrer num local propício (pode ser casa de uma das envolvidas na empreitada). Não pode haver bisbilhoteiros no local que possam constranger as “manecas”. Providenciar comes e bebes (nada de cair na tentação de se reunir para fazer os quitutes, é dia de diversão, de trocar roupas).

3- Conforme forem chegando, as coleguinhas devem distribuir no local o que “limparam” dos armários. È útil separar por tipo de peça/acessório para facilitar a visualização e troca das peças.

4 - Todas presentes? Roupas e acessórios distribuídos no local? Hora do troca-troca. Ipiiiiiii. Não há regra. A única regra é: tudo que está ali não tem dono, não importa com quanto cada contribuiu, todas têm o mesmo poder de troca, pois as peças não são classificadas por valor ou quantidade.

Aí é só aproveitar, bebericar, beliscar comidinhas, experimentar roupas, desfilar, rir de si mesma e das outras... sonhar que está em uma Maison, rodeada de gente bacana. E, de fato, apesar de não ser “A” Maison, as pessoas, por sua vez, com certeza, são mais que bacanas pois te admiram e querem o melhor pra você, de verdade. 

Comentários sobre os sentimentos envolvidos

Organização – Separar o que não queremos mais no nosso guarda-roupa é um exercício de organização externa, pois arrumamos o armário, e interna, pois reavaliamos nossos sentimentos e descartamos aquilo que já não nos faz tão bem.

Desapego – Separar coisas nossas para doar ou trocar é nos desapegarmos das peças mais estimadas ou até que nos custaram muito ... é um desapego emocional e material.

Renovação – A energia tem que circular para ocorrer renovação... um armário abarrotado é sinônimo de desorganização, confusão, energia parada. Não cabem novidades em armário lotado! As coisas velhas e paradas vão embora e as novidades chegam.

Todos esses sentimentos fazem melhorar a auto-estima, recuperar a vaidade...

Sem falar que ainda há troca de experiências e gostos.

E, por fim, o exercício da caridade. A experiência da doação nos traz um sentimento indescritivelmente agradável, renovador... de pura felicidade.

Dicas e comentários pós-evento

Jade do Norte ficou surpresa com o resultado da experiência: Achava que não ía ficar com nada porque não gosta de usar peças semi-novas. Levou uma sacolinha, saiu com duas sacolas cheias. Chegou em casa e ficou até de madrugada limpando o guarda-roupa. Concluiu que tinha muita coisa inútil no armário e quase radicalizou achando que poderia viver o resto da vida com, no máximo, doze peças de roupa!!! Separou coisas pro próximo troca-troca.

Tia Cretina achava que iam reunir-se só para papear, que “não iria rolar”... Levou uma sacolinha, saiu com uma grande, lotada. Chegou em casa pensando no que separaria para o próximo evento. Passou a idéia adiante e a cunhada que mora no Paraná já fez uma limpeza e mandou uma sacolada prá ela “colocar na roda” no próximo troca-troca. Já decidiu se livrar de peças que ama, pois nunca mais vão servir mesmo... fazer o quê? Trocá-las, claro!!! Tia Cretina sugere mais pessoas da próxima vez e com mais opções de manequim.

Lilica sabia que precisava emagrecer ... Isso acabou ficando evidente no encontro, já que somente algumas coisas lhe serviram. Também não quis experimentar roupas e desfilar... não está  se sentindo bem consigo mesma... Mas foi bacana, ficou com algumas peças, deu boas risadas... decidiu emagrecer.

Barbie princesa se esbaldou, já que as outras estavam se desfazendo de coisas que já não serviam mais, devido à idade (e outras “cositas” mais)... Como é bom ter corpinho de princesa!!!! Nunca teve problema em usar e emprestar roupas das amigas, então, já aguarda o próximo para se esbaldar de novo, com certeza.

Avoada estava realmente interessada em se desfazer de várias coisas, pois mudaria em breve da casa para um apartamento, então precisava urgente fazer uma limpeza e doar algumas coisas. Então, o objetivo foi cumprido, e ainda trocou algumas peças.

Ficaram mais peças para o próximo troca-troca. Aí, o que sobrar, vão doar para a entidade que Lilica e Barbie ajudam. Já marcaram outra reunião.

Patrícia Franca

da Redação
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