Lula age, aciona tropa de choque, e consegue adiar votação sobre a ida de Bumlai à CPI
23/10/2015 às 02:02 Ler na área do assinanteO ex-presidente Lula saiu a campo e conseguiu barrar a convocação do pecuarista José Carlos Bumlai na CPI dos Fundos de Pensão. A tropa de choque petista foi acionada e logrou êxito, partindo para a discussão do tema e forçando a sessão ser encerrada por causa do início da votação em plenário, o que inviabiliza a análise de requerimentos nas comissões. A discussão sobre a convocação de Bumlai deve ser retomada somente em novembro.
Bumlai é amigo de Lula e tinha acesso livre ao Planalto na sua gestão.
O operador Fernando Soares, o Fernando Baiano, afirmou ao Ministério Público ter pago a José Carlos Bumlai 2 milhões de reais em propina. Uma nora de Lula seria o destino final do dinheiro. A declaração foi dada em acordo de delação premiada firmado no âmbito da Lava Jato, que investiga o 'Petrolão'.
Os atos de Bumlai, porém, também o levam a irregularidades em fundos de pensão, foco da CPI que tenta convocá-lo.
Ainda de acordo com Baiano, o pecuarista esteve ao menos duas vezes no Instituto Lula para uma reunião com o ex-presidente e João Carlos Ferraz, então presidente da Sete Brasil, empresa criada pela Petrobras com bancos e fundos de pensão destinada a contratar navios-sonda. Foi durante uma dessas reuniões entre Lula, Ferraz e Bumlai que, segundo o delator, foi acordado o valor do repasse para a nora do ex-presidente.
O ex-presidente da Sete Brasil depôs à CPI dos Fundos de Pensão no início do mês e, na ocasião, confirmou ter participado de pelo menos dois encontros com Lula.
"O depoimento de João Carlos Ferraz legitima a delação do Baiano. Agora, convocar o Bumlai é essencial", disse o presidente da CPI, deputado Efraim Filho (DEM-PB), que condenou a manobra dos parlamentares.
Em meio à discussão, a sessão acabou tendo de ser encerrada por causa do início da votação em plenário, o que inviabiliza a análise de requerimentos nas comissões. A discussão sobre a convocação de Bumlai deve ser retomada somente em novembro.
O pecuarista José Carlos Bumlai já foi citado diversas vezes durante as investigações do petrolão como o homem que representava os interesses do ex-presidente no esquema de corrupção da Petrobras.
Bumlai é amigo e tutor dos filhos e dos negócios do ex-presidente. Durante uma década, sob sua batuta, a família experimentou os benefícios da ascensão social e financeira.
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