Quem lacra não lucra: feminismo pode causar primeiro fracasso da Marvel nos cinemas

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Após dez anos de absolutos sucessos de bilheteria, a Marvel Studios, pertencente à Disney, decidiu lançar seu primeiro filme protagonizado por uma personagem feminina, a super-heroína Capitã Marvel, alter ego de Carol Danvers, ex-pilota da força aérea americana.

Até aí tudo bem, com tantos filmes de super-heróis sendo lançados todos os anos é natural que a Marvel começasse a investir em filmes estrelados por mulheres, ainda mais depois do estrondoso sucesso de Mulher Maravilha, principal heroína de sua concorrente, DC Comics. A atriz escolhida para viver a Capitã Marvel nas telonas foi Brie Larson, ganhadora do Oscar de melhor atriz por seu papel em "O Quarto de Jack" de 2016 e conhecida por ser uma defensora ferrenha do feminismo.

Ao longo de toda a campanha de marketing do longa, Brie Larson deu uma série de declarações infelizes, dizendo que sua atuação no filme era uma forma de ativismo feminista e que não queria saber a opinião de homens brancos de meia idade sobre produções estreladas por mulheres, pois segundo ela, as mesmas não foram feitas para eles. Em resposta, homens do mundo todo ameaçaram boicotar o filme, levando a atriz a tentar se explicar dizendo que não queria excluir ninguém da mesa, e sim, adicionar mais assentos.

Porém, o estrago já havia sido feito. Como forma de protesto, milhares de fãs da Marvel foram até sites de crítica e avaliação de produções cinematográficas e deram avaliações negativas para o filme, antes mesmo de seu lançamento. O contra-ataque veio rápido, diversos blogs e portais de notícia sobre cultura pop acusaram os participantes da campanha de boicote e de serem machistas, misóginos, incapazes de lidar com o fato de que um filme de super-herói estava sendo estrelado por uma mulher forte e empoderada.

Até mesmo o Rotten Tomatoes, um dos maiores sites de avaliações de filmes, saiu em defesa do longa e desativou a opção de avaliação até a sua data de estréia, marcada para ontem, 8 de março de 2019, dia internacional da mulher. Contudo, o filme não parece ter desagradado apenas os fãs, mas também a crítica especializada que esboçou uma recepção mista, indo de avaliações medianas à acusações de que Capitã Marvel seria um dos piores capítulos do Universo Cinematográfico da Marvel. Mesmo quem classificou o filme como bom, o fez em um tom tímido, chamando-o de "aventura divertida" ou simplesmente de "Ok".

Porém, quase todos concordaram que a atuação de Larson foi um dos pontos mais baixos da obra, sendo muito sisuda e pouco expressiva. Além disso, o longa voltou a receber notas ruins em sites de reviews, ficando com uma média de aprovação de apenas 34% no Rotten Tomatoes e de apenas 6,5 de 10 no IMDB, figurando como as piores avaliações da história do UCM (Universo Cinematográfico da Marvel), ficando atrás até mesmo de "Homem de Ferro 3" e "Thor 2 - O Mundo Sombrio", consideradas as piores produções da franquia até então. Agora nos resta esperar para ver se toda essa polêmica terá impacto na bilheteria do filme, confirmando a célebre frase de que "quem lacra, não lucra".

Foto de Felipe Branco

Felipe Branco

Cristão conservador, estudante de direito e aspirante a escritor.

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