A negativa do senador Delcídio do Amaral de que tenha recebido propina pela compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, ainda está bem longe de ser convincente.
Culpado ou inocente, todos sempre negam, como no caso do deputado Eduardo Cunha, que, mesmo após as evidências e a demonstração do envolvimento da filha e da mulher, continua não admitindo, se esquivando do tema e se equilibrando como pode no cargo de presidente da Câmara dos Deputados.
De qualquer forma, a delação, por si só, não pode e não deve servir de instrumento para que a opinião publica condene ninguém. Entretanto, no caso de Delcídio, já é a segunda vez em que ele é citado.
Segundo o delator, Fernando Baiano, houve um acordo entre Delcídio, o atual presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), o senador Jader Barbalho (PMDB-PA) e o ex-ministro Silas Rondeau, também filiado ao PMDB, para dividir entre si suborno de US$ 6 milhões.
Delcídio alega que o momento a que se refere a delação, coincide com a época em que era presidente da CPI dos Correios. E que, portanto, não tinha nenhuma aproximação com o governo.
Nesta terça, Delcídio disse que a citação é uma "coisa curiosa" e que não tem lógica, já que ele estaria negociado com o PMDB, partido de um concorrente seu nas eleições no Mato Grosso do Sul.
A explicação não convence. O histórico dos eventuais parceiros na possível empreitada - Jader, Renan e Silas Rondeau - demonstra que não estão nem ai para o PMDB e não teriam qualquer constrangimento de, por dinheiro, negociar com um petista em detrimento a um peemedebista como André Puccinelli. Ademais, especificamente com relação a Jader Barbalho, a ligação entre ele e Delcídio é antiga. Aliás, Delcídio sempre teve facilidade de se articular com peemedebistas.
De qualquer forma, o senador de Mato Grosso do Sul ainda é beneficiário da dúvida, mas, a cada nova delação vai ficando mais enrolado.
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