Operador de Richa é denunciado, mas solto por Gilmar está foragido no Líbano

26/02/2019 às 10:22 Ler na área do assinante

Um dos operadores de Beto Richa, de acordo com as investigações da Operação Lava Jato, é o cidadão Luiz Abi Antoun, que acaba de ser denunciado por corrupção passiva e pertencimento a Organização Criminosa, juntamente com Dirceu Pupo, o outro operador do ex-governador.

A dupla é suspeita de integrar um grupo responsável por desviar o valor estimado de R$ 8,4 bilhões por meio de supressões de obras rodoviárias e aumento de tarifas em concessões do Anel de Integração.

As denúncias contra Luiz Abi Antoun foram protocoladas apartadas, pois em setembro de 2018, após ter sido solto por uma liminar concedida pelo ministro Gilmar Mendes no âmbito da Operação Rádio Patrulha, do Ministério Público do Paraná (MP-PR), ele deixou o Brasil.

Ele foi alvo de um mandado de prisão temporária na 58ª fase da Lava Jato, mas, até o momento, não há notícias de seu retorno ao país.

Como Antoun encontra-se no Líbano, o MPF buscará cooperação jurídica internacional para citar o acusado.

É mais um desserviço prestado em detrimento da luta da sociedade contra a corrupção.

Segundo as investigações, Luiz Abi Antoun exercia o papel de "caixa geral de propinas" arrecadadas em diversos setores do governo do estado em proveito do ex-governador Beto Richa.

Já Dirceu Pupo Ferreira tinha a função de reinserir na economia formal os valores ilícitos recebidos por Antoun em nome do ex-governador, no caso em operações de lavagem de dinheiro realizadas mediante a aquisição de imóveis.

Nesse contexto, apurou-se que Pupo operacionalizou o recebimento de pelo menos R$ 2,7 milhões, os quais foram utilizados na aquisição de imóveis em nome da empresa Ocaporã, pertencente à família Richa.

De acordo com a denúncia, os valores utilizados por Dirceu Pupo Ferreira para as aquisições dissimuladas de imóveis em favor da empresa da família Richa tinham como origem as propinas recebidas em espécie pelos operadores financeiros Luiz Abi e Pepe Richa em nome de Beto Richa e, posteriormente, repassadas a Dirceu Pupo Ferreira.

Luiz Abi administrava uma espécie de caixa geral de propinas e Pepe Richa, por sua vez, arrecadava a propina diretamente de empresas que mantinham contratos com a Secretaria de Infraestrutura e Logística, dentre as quais as concessionárias de pedágio.

Vê-se que não é sem razão que o valor dos pedágios nas rodovias paranaenses são disparado os mais altos do Brasil.

da Redação
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