Gilmar vai para o confronto, faz acusações e fala em “chantagem”
22/02/2019 às 08:04 Ler na área do assinanteO ministro Gilmar Mendes, em recente entrevista a Revista Época, fez algumas revelações intrigantes.
Corrupção, lavagem de dinheiro, ocultação de patrimônio e tráfico de influência são as possíveis fraudes cometidas por Gilmar e sua esposa Guiomar, de acordo com investigações da Receita Federal.
O ministro alega ‘perseguição’.
Segundo Gilmar, todos o perseguem desde que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF), há 17 anos. Ele sustenta que inicialmente foram os “ex-colegas do Ministério Público”, depois a Polícia Federal e, agora, os auditores da Receita.
Questionado se somente ele é ‘perseguido’ no STF, o ministro faz uma revelação:
Há um ministro do STF sendo chantageado por uma das grandes operações investigativas em curso no país.
“A toda hora plantavam e plantaram que esse ministro estava delatado. Qual a intenção? Isso é uma forma de atemorizar, porque essa gente perdeu o limite. Este ministro ficou refém deles”, diz Gilmar, sem revelar quem é o tal ministro.
Ora, se ficou refém, certamente deve. Ou não?
E Gilmar, também é refém?
Ele não recua, faz acusações:
“Coisa como isso aqui, para começar a venda de informações, para virar uma milícia, é um passo. Tenho certeza de que já há muitos empresários sendo achacados por fiscais que tocam investigações, que não se sabe por que nem para quê”.
“A Receita está sendo usada como órgão de pistolagem de outras instituições.”
Sobre a sua fama de libertar criminosos, ele diz:
“(...) não vou abrir mão das minhas convicções e entendimentos sobre a lei para agradar um ou outro”.
Na sua defesa ao ataque da Receita, o poderoso ministro já movimentou a República, desde o presidente do STF, Dias Toffoli, até o Secretário da Receita Federal, Marcos Cintra, passando pelo Ministro Paulo Guedes e pela Procuradora Raquel Dodge.
Um ministro do STF, pelo visto, diferentemente do cidadão comum, não pode ser fiscalizado.
É intocável.