Tchau, querido!
Gosto muito das variações de um dito popular: “Diga-me com quem andas, que eu vou te dizer se eu vou junto”.
Ou, ainda sobre o mesmo tema: “Diga-me com quem andas, que eu vou te dizer para onde vais”.
Gustavo Bebianno é um aprendiz de feiticeiro. Sem votos, oportunista, foi acusado no domingo passado por duas reportagens de jornal, de supostamente ter usado laranjas nas eleições de 2018 para fins de aproveitar o fundo partidário.
Suspeito de desvio de grana como presidente do PSL. Denúncias gravíssimas.
Para minimizar os efeitos das reportagens, disse que havia tratado do assunto por 3 vezes com o Presidente na terça-feira. Blefou. Disse isso, também, para tentar uma manobra ardilosa para enredar Jair Bolsonaro em um assunto com qual esse, o Bolsonaro, não tinha e não tem nenhum envolvimento.
O objetivo foi forçar o Presidente a vir em sua defesa, como se ele “estivesse a par de tudo”.
Carlos Bolsonaro, o filho do Presidente, percebeu a jogada e foi a público dizer a verdade: Gustavo Bebianno estava mentindo! Não tinha falado com Jair Bolsonaro - que estava internado em São Paulo, em recuperação da 3ª. cirurgia que havia feito no Hospital Albert Einstein para retirada da bolsa de colostomia.
Carlos Bolsonaro esteve com o pai no curso de toda a campanha. Estavam juntos todo o tempo no Hospital, também. Carlos foi o estrategista da revolução do uso das mídias sociais que derrubou e derrotou a grande mídia e as mais fortes estruturas de poder da história da república. Ele foi fundamental na eleição do pai e na onda de mudanças que varreu a velha política do Brasil.
Depois fez um gesto simbólico importantíssimo: postou-se atrás do pai no Rolls-Royce no dia da posse, dando-lhe proteção com o próprio corpo, como um guarda costas ofertando a própria vida se necessário em proteção do Presidente.
A importância de Carlos Bolsonaro no processo eleitoral e nos cuidados com a saúde de Jair foram objeto de um agradecimento público emocionado de Michelle Bolsonaro no discurso que fez em libras no ato de transmissão da faixa presidencial no dia da posse.
Então temos que:
1. Bebianno está sob graves suspeitas de uso irregular de fundo de campanha através de laranjas;
2. Mentiu dizendo que falou 3 vezes com o Presidente sobre o assunto;
3. Foi desmentido por Carlos (que falou a verdade) e por Jair Bolsonaro que nega as conversas e mandou o Ministro Sérgio Moro abrir investigações para apurar as acusações de práticas ilegais com as quais não tem a mínima tolerância (alguns jornalistas chegaram ao ápice da leviandade dizendo que essa decisão de mandar investigar seria “seletiva”);
4. Bebianno quis medir forças com Carlos Bolsonaro e com o Presidente, sem ter patrimônio político ou eleitoral para isso, sendo Carlos o principal personagem de suporte do Presidente.
Além disso, Bebianno vazou informações para a imprensa, tentando negociar apoio de veículos que estão babando ódio contra o governo, que está apertando o torniquete na farra dos gastos publicitários. Daí que essa mesma imprensa caquética ensaia a construção de um cenário de crise artificial que não existe; pois há uma parte da turma na base do governo que quer contemporizar e abrir o precedente de por panos quentes em tudo, em nome da “governabilidade” usando métodos da velha política.
Bolsonaro não cedeu. Vai demitir o ministro. Não caiamos nessa de que há uma crise.
Não há crise nenhuma! Bebianno, ou quem quer que seja, fez rolo? Mentiu? Vazou informação? Chantageia? Ameaça? Então não presta! Se não presta, “fuera!”.
Não se faz negócio e nem governo bom, com gente ruim!
Eis aí o único erro de Bolsonaro nisso tudo: está mandando embora o tal do Bebianno, que nunca deveria ter vindo.
Novamente a sabedoria do dito popular: Antes tarde do que nunca!
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz