Redução da energia teve objetivo meramente eleitoral e desequilibrou caixa do governo
15/10/2015 às 07:09 Ler na área do assinanteAuditoria que acaba de ser concluída pelo TCU (Tribunal de Contas da União), que analisou o atual cenário operacional e financeiro do setor elétrico do país, tem uma assombrosa e lamentável conclusão. A redução da conta de luz feita pela presidente Dilma Roussef no seu primeiro mandato foi uma medida artificial e de cunho meramente eleitoral.
Ou seja, a redução de 20% concedida pelo governo em 2013 acabou por implicar forte agravamento das contas públicas e no desajuste fiscal que se viu no ano passado.
O relatório do TCU afirma que, naquela ocasião, "o governo emitiu sinal via preço ao consumidor de incentivo ao consumo", quando já se fazia uso intensivo das usinas térmicas - que são as mais caras - para cobrir a frustração da geração hidrelétrica, por conta do baixo nível dos principais reservatórios.
Essa política forçada de redução das tarifas, que custou nada menos que R$ 12,64 bilhões em 2013 e R$ 31,29 bilhões no ano passado, sangrou os cofres do Tesouro, produzindo sérias dificuldades financeiras às empresas do setor e um tremendo desajuste fiscal. "Elevados montantes de recursos públicos, aportes do Tesouro Nacional, foram utilizados para compensar o acionamento de térmicas mais caras e com isso manter a redução no valor das tarifas, o que colaborou para o desequilíbrio das contas públicas, principalmente em 2014",diz o relatório do TCU.
E complementam os auditores da corte fiscal: "De forma a evitar o aumento das tarifas e viabilizar a promessa de redução, ressaltando ainda o, então, momento pré-eleitoral, foram destinados no setor elétrico considerados volumes de recursos para a manutenção do preço da energia no mercado regulado em valores artificialmente baixos", afirmam os auditores do TCU. "Essa demora para a elevação dos valores das tarifas, que pode ter relação com a promessa de redução tarifária em 20% e o momento político eleitoral do Brasil, agravou a crise energética, aumentou os valores da energia no mercado de curto prazo, gerando consequências graves para todo o sistema elétrico."
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da Redação