O problema de não existir, no Brasil, um órgão de mídia de grande porte comprometido com a verdade é que TODAS as críticas, sem exceção, a quaisquer aspectos do Governo Bolsonaro surgem a partir da oposição, que anseia a todo custo derrubá-lo. Enquanto isso, os maiores problemas do Brasil atual, herança dos governos PSDB-PT, estão sendo deixados prematuramente de lado.
Se quisermos que este Governo tenha substância e vida longa, para que "dê certo", será preciso fazer mais do que apenas abocanhar as iscas que a oposição nos lança e sair gritando "Cadê o Queiroz?".
Será preciso manter o mesmo espírito que gritava "Bolsonaro 2018" e "Fora PT" e "Fora Foro de São Paulo" e "Fora Comunistas!" e "Olavo tem razão!".
Será preciso manter na memória ativa que as mazelas atuais são herança de governos passados e de que a presente gestão tem e continuará a ter problemas.
A questão é: que ênfase estamos dando ao governo?
A de que é uma possibilidade de algo novo desejado por milhões que foram às ruas enquanto o candidato estava no hospital?
Ou de que o governo é fraco por coisas como Queiroz, Flávio Bolsonaro e o STF, posse de armas, visita dos deputados à China, Michelle e os itens religiosos do palácio, previdência, etc.?
TODAS essas questões – verdadeiras, falsas, exageradas ou distorcidas – são levantadas pela grande mídia e sustentadas, infelizmente, pelos apoiadores do Presidente. Temos de manter os olhos abertos quanto ao governo, é claro. Não é um pedido de subserviência bovina, mas de proporção!
Quer um exemplo? Enquanto há dezenas de outros casos MUITO MAIS problemáticos do que o de Queiroz no COAF, como o de diversos petistas, estamos focando no chamado Laranja. Entendeu? É tudo que os que o esfaquearam querem! A crítica vale? Vale. Mas é o centro do governo? Não!
Existe algum grande órgão de mídia compilando e mostrando todos os acertos do governo até agora?
Não. Existe alguma ação organizada dos eleitores de Bolsonaro para fazer isto? Também não.
Então antes de reclamar do Governo – coisa que me vejo fazendo também – faça um trabalho decente e proporcional: veja o que deixamos de ser com Haddad; o que poderíamos ter sido; o que está acontecendo de fato; o que NÃO está ocorrendo; os acertos e os erros. Junte tudo, compare e verá que estamos, arrisco dizer, no melhor cenário.”
(Texto de Bernardo Pires Küster)