O advogado de bermuda no STF, o dedo na cara do ministro e a “casa da mãe Joana”
15/01/2019 às 06:17 Ler na área do assinanteDuas cenas ocorridas no decorrer dos últimos dias, dão a exata demonstração de como vão mal as coisas em nossas cortes superiores.
Cena 1: O advogado Antonio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, passeando tranquilamente de bermuda pelos corredores do Supremo Tribunal Federal (STF).
Kakay é um dos advogados que mais tem obtido êxito no STF. Na Lava Jato já conseguiu a rejeição de 4 denúncias contra parlamentares envolvidos.
Passear de bermuda pelos corredores do tribunal, no mínimo é uma atitude desrespeitosa. Mormente quando se percebe que Kakay se deixou fotografar, como se estivesse zombando da instituição.
Cena 2: O juiz Eduardo Cubas, com o dedo em riste, na cara do ministro Humberto Martins, atual presidente do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o próximo presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Eduardo Cubas é o juiz que foi afastado após mandar recolher as urnas eletrônicas, durante a campanha eleitoral. O seu depoimento perante o CNJ foi extremamente tenso. Com dedo em riste, o juiz lançou suspeitas sobre a conduta do ministro Humberto Martins.
Disse o juiz:
"Não sou acusado de roubar ou de ser um bandido de toga, como muitos do Poder Judiciário. Não tenho filho recebendo milhões de reais (...) o STJ hoje encontra-se temeroso com o que pode ser descoberto em razão de corrupção. (...) Estranha-me muito a conduta de Vossa Excelência de mandar recolher os celulares ao me receber em seu gabinete. Mas eu gravei nossa conversa. Vossa excelência tem muito a explicar à sociedade.
Por derradeiro, após as duas cenas acima descritas, tivemos nesta segunda-feira (14), o episódio da passagem do voo do criminoso Cesare Battisti direto para a Itália, sem qualquer possibilidade de escala no Brasil, haja vista o receio por parte das autoridades italianas, de que alguma atitude malévola poderia partir de algum ministro do STF.
Tais fatos parecem demonstrar que os ministros de nossas cortes superiores perderam totalmente a respeitabilidade. No âmbito da sociedade, dentro da própria magistratura, entre os advogados e na comunidade internacional.
Noutras palavras, ministros jamais irão impor autoridade mandando prender quem diz ter vergonha da corte, enquanto continuarem a mandar soltar criminosos poderosos.