A ida de Gleisi Hoffmann à Caracas para a posse de Maduro, não obstante o parlamento venezuelano ter declarado a sua eleição ilegítima em função de fraude eleitoral, mostra que o PT vai muito além da sua usual desonestidade e dos seus discursos falaciosos. O PT é uma facção sórdida e desumana.
Gleisi e o PT ignoram a humilhação, a miséria e o sofrimento de 2 milhões de venezuelanos que tiveram que deixar seu país, sendo que só para o Brasil estima-se que vieram 80 mil.
São adultos, crianças e idosos que sequer tinham o que comer, e por isso foram obrigados a deixar tudo para trás, enquanto o líder máximo do regime nazista venezuelano corriqueiramente se farta nas mesas de restaurantes caríssimos da Europa.
Gleisi e sua facção criminosa, os mesmos que se fingem de "guardiões da democracia" e "guerreiros da luz contra as ditaduras", não escondem o cinismo e dão de ombros para o fato de o regime de Maduro ter matado um número incontável de opositores e manifestantes, e de manter presos em seus porões uns tantos outros. Para essa nefasta religião nazi-petista, "ditadura" só existe quando se trata de uma ação contra a esquerda e seus nefastos interesses.
Não podemos atribuir essa desonra de termos políticos brasileiros apoiando a ditadura venezuelana somente à Gleisi e sua facção criminosa. Creio que a maior parte dessa responsabilidade cabe aos dementes e doentes eleitores que a reconduziram ao Congresso, porque são acometidos de uma cegueira incurável.
Penso, no entanto, que o interesse de Gleisi ultrapassa o campo ideológico. Sua grande preocupação é tentar apagar as digitais petistas nas inúmeras falcatruas nos obscuros negócios entre os governos do PT e a Venezuela, antes de uma eventual queda de Maduro.
Essa queda de Maduro, somada à abertura da caixa preta do BNDES (que já está em curso), permitiria uma investigação muito mais ampla a cerca dos negócios feitos pelo PT, o que com certeza renderia longos anos atrás das grades para Lula, Dilma e outros petistas, inclusive para ela própria. Seria o fim da quadrilha por seu desmantelamento.
Mas o que é dessa gente está guardado.
Marcelo Rates Quaranta
Articulista