O que eu entendo que está acontecendo?
Ao apoiar a candidatura do Rodrigo Maia, o PSL, leia-se governo, leia-se Bolsonaro, com os seus 52 deputados, empurra a turma da oposição para o ostracismo político.
Vamos falar a verdade: PT, PCdoB, Rede e PSOL estão isolados.
Eles juravam que teriam a galera da centro esquerda com ele e, a depender do Alckmin, e daquela abanada de rabo do FHC na reta final da eleição, até parte do PSDB.
Erraram feio. Tão lançando candidatura do Freixo, que será derrotadíssima.
Ao ignorarem a cerimônia de posse, estão dando mais um recado: "Vamos insistir nessa ideia de que a eleição não foi legítima". Só que isso só enforca a turma ainda mais.
Compactuaram: ninguém do PT dialoga com o governo; governadores, prefeitos, deputados e senadores...
Só que isso vai cair já no começo do ano. O Ceará precisa do governo; ele precisa dialogar com o Bolsonaro. O negócio está em chamas. Está estilo Bagdá.
Eu nunca pensei que diria isso, mas talvez esteja pior do que o Rio de Janeiro. Com uma diferença: no Rio a polícia confia plenamente no novo governador, ao passo que, no Ceará, nem a civil nem a militar reconhecem o Camilo Santana.
Já pensou se entram em greve de novo?
Em pouco tempo os líderes políticos do Nordeste terão que escolher.
Existe uma coisa que eu aprendi nesses 31 anos de vida: regionalmente, política é abanar o rabo pro governo central. É liberação de verba para investimento local em troca de voto.
Foi assim que o Renan Filho foi eleito em primeiríssimo turno; por ter conseguido um acordo belíssimo com Brasília, convertendo em investimentos para Alagoas.
O PT perderá pelas beiradas e, palmo a palmo, se desmontará. Sobrarão os ideólogos, a massa de manobra e os políticos desesperados, que se apoiarão nessas teses esdrúxulas enquanto morrem de medo da prisão que se aproxima.
Pouco a pouco o vermelho sumirá do nosso prisma político, humilhado e achincalhado pela força do crescimento dos nossos mercados, pela nossa capacidade em retomar as coisas e pela juventude do nosso mercado de trabalho.
E aí quem sabe, quem sabe mesmo, possamos enfim justificar o título de país do futuro.
(Texto de Ícaro de Carvalho)