Os gastos públicos e o empreguismo no Legislativo
21/12/2018 às 09:37 Ler na área do assinanteQual será o balanço (positivo) que os presidentes do Senado e da Câmara, Eunício Oliveira e Rodrigo Maia, apresentarão ao Brasil, em 2018, de moralização dos gastos do Congresso, diante de um país de mais de 13 milhões de trabalhadores desempregados e endividados? Lembrando que o Parlamento sueco está aí como exemplo de austeridade e moralidade pública, que deveria ser copiado.
Se as excelências parlamentares brasileiras não se preocupam com os gastos, ou melhor, com a farra do dinheiro público, é porque procedem conscientemente como larápios do Erário, ou não? Ou a sociedade contributiva que é por demais exigente com os nossos “operosos e parcimoniosos” parlamentares?
A verdade é que não se vê nenhuma preocupação em combater os gastos públicos. Os nossos políticos vivem em dissintonia com a realidade brasileira de pobreza. A ilha da fantasia Brasília continua a debochar da sociedade com os seus monumentais gastos. E, portanto, temos pouca esperança de que a renovação do Congresso e do Executivo vá mudar este tenebroso quadro.
Por que os servidores de gabinetes de parlamentares – auxiliares e assessores – não são providos apenas por elementos (concursados) do quadro próprio do Legislativo?
Para que tantos auxiliares e assessores?
O Legislativo tem que dar exemplo e moralizar o empreguismo de apaniguados, amigos e parentes de parlamentares.
E o resultado do empreguismo nefasto está, por exemplo, nas denúncias do Coaf, envolvendo um ex-assessor (Fabrício Queiroz) do filho de Bolsonaro (Flávio Bolsonaro), recentemente eleito senador pelo RJ, que, também, desfrutava - ele, esposa e filhas – do empreguismo legislativo: uma verdadeira praga da sinecura nacional, que precisa ser combatida e eliminada.
O relatório do Conselho de Centro de Atividades Financeiras (Coaf), órgão do Ministério da Fazenda, mostrou movimentações financeiras consideradas suspeitas na conta do ex-assessor de mais de R$ 1,2 milhão.
Segundo reportagem do Congresso em Foco, de 15.01.2018, o Congresso brasileiro é um dos mais caros do mundo. Veja o quadro sinótico abaixo.
A relação dos principais benefícios de um congressista brasileiro:
Júlio César Cardoso
Bacharel em Direito e servidor (federal) aposentado.