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O “crime” de Sérgio Moro: ser político

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As últimas críticas feitas por certos segmentos da oposição política ao Presidente eleito Jair Bolsonaro, onde se destaca num primeiro plano a fanática Presidente do Partido dos Trabalhadores, Senadora Gleisi Hoffmann, sem dúvida constituem motivo suficiente para que os psicólogos e filósofos se debrucem sobre o assunto, talvez encontrando sólidos fundamentos para o fato de que “A ESTUPIDEZ HUMANA PODE NÃO TER LIMITES”, possivelmente com elementos suficientes até para desenvolvimento de uma tese.

Uma das “acusações” do “PT & COMPARSAS” que pesam sobre o ex-Juiz Federal Sérgio Moro, convidado por Bolsonaro para assumir o Ministério da Justiça, no futuro Governo que se instala dia 1º de janeiro, é de que Moro não poderia fazê-lo porque teria antes declarado publicamente que “não é político”, mas que o simples fato de aceitar o convite presidencial comprovaria o contrário, a sua condição de “político”.

Além dessa inconsistência, a outra absurda “tese” indiretamente envolvida nessa “acusação”, é a de que somente um político de “carreira”, um “profissional”, poderia estar assumindo o Ministério da Justiça, e que isso seria inadmissível em relação a um técnico, um juiz, ou a um especialista não-político profissional.

Essa “acusação” ridícula não fica só por aí. Ela vai mais longe. Agora o PT pretende anular na Justiça todas as decisões de Moro no processo criminal movido contra Lula, em Curitiba, porque ele “já era” político na época, condição que não poderia se acumular com a de juiz de direito.

Aí está a maior prova que realmente a “estupidez humana pode não ter limites”. Esses idiotas PROFISSIONAIS DA POLÍTICA, que “mamam” nas tetas do Estado, ”profissionalmente”, durante muitos anos, acham que a condição de “político” é privativa deles.

O que esses idiotas estão fazendo mesmo é a rejeição total da teoria do filósofo Aristóteles, exposta em “Política”, segundo a qual “o homem é um animal político”. Mas Aristóteles não exigia que a condição de político para o homem estivesse condicionada a que o mesmo fosse detentor ou simples interessado em algum mandato eletivo, parlamentar ou executivo. A única condição exigida para ser “político” seria a condição “humana”.

Segundo o filósofo grego, o homem é um animal político por natureza. E o “fim” do homem seria o atingimento da felicidade. E a condição de “animal político” viria pela necessidade que tem o homem de viver junto com seus semelhantes, ainda que não precisasse deles.

E que, diferente dos outros animais, o homem seria dotado de RAZÃO e de DISCURSO, através dos quais desenvolvera as noções do JUSTO e do INJUSTO, do BEM e do MAL.

Ao que parece esse pessoal que não admite a indicação de Sérgio Moro para o Ministério da Justiça, por ser ele um “político”, além de demonstrarem uma ignorância “cósmica” sobre o real significado da condição de “político”, esquecem que se Moro não tivesse essa condição ele também não seria um “ser humano”. O real sentido do que disse Moro é que ele não era um político “profissional”, de “carreira”, e sim um “juiz”.

De certo modo a tese de Aristóteles que “o homem é um animal político” até poderia ser parcialmente “retocada”, à vista das atitudes desses “políticos profissionais”, que criticam a indicação de Moro para o Ministério da Justiça. Ora, a diferença fundamental do homem para os outros animais reside em que o homem é dotado de “razão”, e de “discurso”, que lhe possibilitam exatas compreensões sobre o justo e o injusto, o bem e o mal. Mas a esse pessoal da oposição a Bolsonaro e Moro, que como “animais políticos” deveriam ser dotados de RAZÃO e DISCURSO, mais parece que “perderam” a RAZÃO, e só ficaram com o DISCURSO (e com a “língua muito afiada), por essa razão não conseguindo mais distinguir as noções do justo e do injusto, do bem e do mal.

Seriam eles, então, “animais políticos”, ou teriam perdido a segunda condição, a de “políticos”, requisito necessário para caracterizar o homem? O que seriam “eles” então? “Coisas”?

Foto de Sérgio Alves de Oliveira

Sérgio Alves de Oliveira

Advogado, sociólogo,  pósgraduado em Sociologia PUC/RS, ex-advogado da antiga CRT, ex-advogado da Auxiliadora Predial S/A ex-Presidente da Fundação CRT e da Associação Gaúcha de Entidades Fechadas de Previdência Privada, Presidente do Partido da República Farroupilha PRF (sem registro).

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