Bolsonaro e o risco da escolha de nomes ligados a Dilma Rousseff, ao PT e ao MDB
12/11/2018 às 07:14 Ler na área do assinanteParticularmente, não estou gostando nada da ampla liberdade que Jair Bolsonaro e Onyx Lorenzoni estão dando a Paulo Guedes no Ministério da Fazenda. É compreensível, óbvio. Mas, pelo andar da carruagem das "escolhas" do superministro, ela tende a dar merda muito rapidamente. Razão simples: o Povo Brasileiro elegeu Bolsonaro e não Guedes.
Para ilustrar a assertiva acima, basta dizer que Paulo Guedes não está permitindo arejar o Ministério da Fazenda. Pretende manter nomes dos governos PT, MDB e PSDB sem qualquer respeito ao principal compromisso firmado por Jair Messias Bolsonaro com seus eleitores de limpar a Esplanada dos Ministérios do aparelhamento das gestões anteriores.
É o caso, por exemplo, de manter Mansueto Almeida, queridinho de Michel Temer e da GloboNews; ou entregar o BNDES para Joaquim Levy, que já foi ministro de Dilma Rousseff e, poucos sabem ou se recordam, foi secretário de Sérgio Cabral Filho no Governo do Estado do Rio de Janeiro.
Compreendo perfeitamente a carência de pessoal técnico ao redor da equipe de Transição em número tão grande quanto necessário para preencher os milhares de cargos planaltinos. No entanto, não seria mais adequado adotar o método utilizado por Barack Obama nos EUA? Exoneram-se todos os cargos comissionados e passa-se à análise de currículos de cidadãos dispostos a colaborar francamente com o Projeto de Gestão. Que tal?
Aliás, esta seria uma extraordinária oportunidade para enxugar a máquina pública, limando milhares de cargos inúteis criados apenas para servir de cabides a aliados políticos.
Volto a dizer: Bolsonaro não foi eleito para manter nomes ligados a PT, MDB, PSDB e congêneres. Insistir nisso é perder apoio popular tão rápido quanto foi eleito à Presidência da República Federativa do Brasil. E já vimos esse filme antes...
#AbreOOlhoBolsonaro
Helder Caldeira
Escritor, Colunista Político, Palestrante e Conferencista
*Autor dos livros “Águas Turvas” e “A 1ª Presidenta”, entre outras obras.