Bolsonaro e o ineditismo do governo sem barganha de cargos

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A intenção do presidente eleito Jair Bolsonaro de nunca, em hipótese alguma, negociar ou barganhar com o Congresso a aprovação de lei em troca de cargos no governo é merecedora de muitos e efusivos aplausos.

Bravo, presidente! Está corretíssimo.

O senhor também antecipa que vai utilizar as redes sociais para demonstrar a necessidade, o proveito e o ganho de lei, medida provisória ou projeto de Emenda à Constituição que o presidente enviar ao Congresso para a votação, caso o parlamento não as aprove.

Bravíssimo, presidente!.

Tanto representará um ineditismo saudável e jamais praticado no Brasil. Nem sei se outro governante democrata no mundo age dessa maneira. Será um verdadeiro plebiscito, pois o povo-eleitor-mandante é quem terá voz forte e ativa, para julgar seus projetos enviados ao Congresso e decidir se os congressistas atenderam ou não à soberana vontade do povo.

Todos nós brasileiros nos sentiremos mais cidadãos, nos sentiremos fortes e bem representados pelo mandatário que elegemos.

Mas usar as redes sociais apenas quando suas remessas ao Congresso retardarem a ser votadas ou não venham ser aprovadas, o que é louvável e inédito, também seria louvável e inédito, pelas mesmas redes sociais, submeter ao conhecimento do povo os motivos que levaram o Congresso à rejeição, quando rejeitadas ou houver demora para a apreciação e votação.

Nesse caso, o senhor terá a oportunidade de rebater a argumentação do parlamento e deixar que o povo brasileiro julgue com quem está a razão.

Se tanto acontecer, viveremos uma democracia e tanto.

Foto de Jorge Béja

Jorge Béja

Advogado no Rio de Janeiro e especialista em Responsabilidade Civil, Pública e Privada (UFRJ e Universidade de Paris, Sorbonne). Membro Efetivo do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB)

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