A crítica virá de três segmentos: a oposição, os enciumados e os delinquentes. Não raro, detentores das três características.
Moro tem biografia, todos os predicados que o qualificam para o relevante cargo outras muitas vezes amesquinhado por escolhas anãs. É a esperança de mudança se concretizando como realidade: prestigia-se a meritocracia, sai de cena o deplorável acumpliciamento. Seu papel na Lava-Jato foi superiormente cumprido, uma hora teria que parar, já que seus desdobramentos não acabarão jamais.
Que troque agora de uma para outra relevante função. «Depois que se chega ao topo da montanha, todo passo é para baixo» (ditado chinês).
Assim, ele troca a montanha para outras importantes escaladas: ter em mãos todo o aparato federal para investigar e combater a criminalidade nacional e transfronteiriça, não é pouco!
Quando da Lava-Jato, montou-se em paralelo por acusados e simpatizantes, sob os mais pífios argumentos, uma «operação queima-reputação», um «hate speech» em vã tentativa de conspurcar seu nome. Seguiu intacto e segue crescente. Têm apoio popular.
Esperávamos o que, que as três categorias de descontentes aplaudissem o novo presidente pela escolha?!
Que não criticassem o escolhido com os mais sórdidos argumentos, depois deste ter prendido parte dos macro-delinquentes do país?
Acabará a «Lava-Jato»? Não, bons juízes em Moro se espelharão, pois já ensinou o «savoir faire» e, agora, pode contribuir com o país de uma outra e muito estratégica posição.
«Ah, mas vão denunciar o Brasil no exterior, alegando que o processo era político?!».
Denúncia vazia, de fritar pipoca em penico de pressão. Não muda nada. Os «contrários» continuarão fazendo o que gostam de fazer, ser do contra; e Moro continuará também fazendo o que sabe, trabalhando.
Haverá barulho, muita espuma, mas no mar da maledicência e da calúnia, onde caem tantos dejetos, daqui a pouco, tudo se dissipará e o mar continuará serenamente sendo mar. E o mar da história, estou seguro, reservará a Moro a praça de grande navegador.
«Não me demoro», é como diz o presidente eleito, ao não hesitar na escolha. «Não me dê Moro», diz o crime, o ciúme e a oposição.
(Texto do jurista Edilson Mougenot Bonfim. Procurador de Justiça do Estado de São Paulo)