Globo e Folha, os grandes derrotados e a desmoralização da "sociedade de fato" entre as duas empresas
30/10/2018 às 08:06 Ler na área do assinanteDerrota. A chegada das mídias sociais está fazendo uma revolução nos costumes no mundo inteiro. E o principal impacto está sendo na forma de fazer comunicação.
A grande mídia, tanto no Brasil como no exterior, está sentindo a cada dia as enormes proporções desse embate.
As pessoas têm nas mãos um canhão de geração de conteúdo e de divulgação e repercussão de fatos, que estão acontecendo na velocidade do pensamento. Setores da grande mídia saíram extremamente fragilizados e colheram grande revés no processo eleitoral que encerrou no domingo (28). Sobretudo os veículos que de alguma forma tentaram influenciar a opinião pública, quer por defenderem seus interesses comerciais; quer por buscarem induzir suas linhas editoriais ideológicas no eleitorado.
Não há nada de errado numa empresa de mídia ter uma posição ideológica. Mas tem tudo de errado tentar esconder esse fato num arranjo subliminar com a intenção de influenciar e induzir a opinião pública.
Foi o que fizeram os veículos da Rede Globo - que mantém sociedade de fato com o jornal Folha de São Paulo. E isso ficou claro e nítido no curso da campanha eleitoral. Resultado é que esses veículos perderam credibilidade.
Um estrondoso fiasco, cujo reflexo vai se acentuar cada vez mais. Foram desmoralizados por um candidato, e por milhões de pessoas, usando somente um celular.
Hoje, nos seus telejornais, radiofônicos e veículos impressos, o Grupo Globo assimilou e acusou parcialmente o “golpe”, tentando uma linha editorial “baba ovo”, “chapa branca”. Ainda que alguns dos seus comentaristas tenham destinado mais tempo para falar de Haddad do que da grande vitória de Bolsonaro.
A eleição acabou. De dois em dois anos, entretanto, o processo político se repete e se renova. Mas essa mídia comprometida está na fase analógica, enquanto a massa populacional está na fase digital.
Basta ver os estragos feitos, não somente pelos candidatos não apoiados pelas referidas empresas, que na sua esmagadora maioria foram eleitos. Mas também, por exemplo, a desmoralização muito bem feita pelo empresário Luciano Hang (HAVAN), que deixou veículos poderosíssimos literalmente de quatro, manejando “lives” aqui no Facebook, assistidas e compartilhadas por milhares de pessoas.
Para termos ideia do tamanho do estrago, Bolsonaro tem perto de 20 milhões de seguidores (consideradas todas as mídias). Fala diretamente com essa massa, em tempo real, com pouquíssimo esforço, a custo próximo de zero.
De outro lado, podemos observar o sucesso de novas mídias, como por exemplo o site “O Antagonista”.
Daí que sobrou uma pergunta:
Quem ainda dá bola, forma opinião ou leva a sério o jornalismo da Globo ou da Folha de São Paulo?
Diria que muito pouca gente. Com tendência de baixa cada dia mais significativa. O jornalismo da Globo e da Folha de São Paulo são as grandes instituições derrotadas nestes eleições, sem terem sido candidatos.
A Folha de São Paulo virou papel para embrulhar peixe ou forrar gaiola. A Globo está tal qual um pugilista que tomou um cruzado de direita: em contagem pré nocaute.
Isso sem contar que o marketing político tradicional, ó, báo, báo: já era!
Que grande anunciante vai querer por sua marca ou seus produtos em veículos desmoralizados?
A HAVAN que não...
São os ventos da mudança balançando as roseiras.
E em janeiro as coisas vão ficar muito pior.
A senha está dada: “Conheça a verdade. E a verdade vos libertará!”.
Quem viver verá. Né?
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz