"Mecanismo" opera em SC para tirar do 2º turno o candidato do PSL ao governo do estado
06/10/2018 às 06:34 Ler na área do assinantePara julgamento da história.
Em 2002, fui candidato a vice-governador compondo chapa com o grande catarinense José Fritsch.
Naquele ano, essas mesmas pesquisas “encomendadas” deram no sábado que antecedia às eleições, 12% dos votos para nossa chapa. No dia seguinte, fizemos 29%.
Pode pesquisar aí no Google e TSE. O “sistema“ (a junção de intere$$es da grande mídia com a estrutura de poder que manda no Estado há 35 anos) funcionou e nos tirou do segundo turno por 0,5% dos votos, pois operou-se o voto útil (e outros fatores também - Ideli Salvati nos traiu e negociou o segundo voto ao Senado com prefeitos do PMDB, Décio Lima e Carlito Meers, então prefeito de Blumenau e Deputado Federal com forte consistência em Joinville e região Norte respectivamente, boicotaram literalmente a candidatura Fritsch/Nemetz, se eximindo por completo da campanha - tenho todos os dados caprichosamente arquivados e documentados).
Creiam: essa pesquisa NÃO retrata a verdade. Me cobrem domingo. Estão repetindo a fórmula para visivelmente prejudicar o candidato comandante MOISÉS. Não posso calar!
Na época, fiz uma representação no TRE apontando o erro grotesco e a manipulação de dados; demonstrando o interesse do então grupo RBS em nos tirar do páreo, pois recebia milhões de reais em verbas de publicidade, que nós cortaríamos. Os autos sumiram. Em 2004 deixei a política.
Saí do PT quando todo mundo queria entrar, exatamente pelo comportamento dos seus dirigentes nacionais e alguns estaduais, que se uniram ao que havia e ainda há de pior em termos de ética, moral e honorabilidade.
Não me arrependo nem de ter concorrido as eleições, nem de ter deixado a vida pública. Ajustei minhas velas. Hoje tenho certeza que estive certo. E se o meu passado me condena, meu presente me absolve. Guardei silêncio desde então. Mas essa vergonha não pode se repetir.
Dou o meu testemunho histórico (é a primeira vez que falo sobre o assunto) com a segurança de quem foi vítima do “sistema “. E afirmo que os mesmos intere$$es estão agindo novamente neste processo eleitoral em Santa Catarina para repetir a fórmula e obter os mesmos resultados, já que o cenário é muito parecido. Uma onda nacional fazendo efeitos nas eleições majoritárias no Estado.
Abra o olho, catarinense! Quem viver, verá.
O comandante Moisés (que nem conhecia antes do debate dessa semana e com quem nunca falei) está sendo tirado do segundo turno maquiavelicamente.
Mas há tempo para impedir que essa nova intervenção odiosa no processo democrático barriga-verde se consolide.
Com exceção do "comandante" tudo é muito igual nas demais candidaturas. Observem e pensem! Mas sobretudo, não se deixem enganar!
Isso não é uma declaração de voto. É uma análise de fatos históricos por parte de quem foi protagonista e vítima destes mesmos fatos.
Luiz Carlos Nemetz
Advogado membro do Conselho Gestor da Nemetz, Kuhnen, Dalmarco & Pamplona Novaes, professor, autor de obras na área do direito e literárias e conferencista. @LCNemetz