AVISO AO BRASIL sobre a “Reforma Popular de Emergência” e o Totalitarismo num eventual Governo do PT
01/10/2018 às 17:09 Ler na área do assinanteA função do teórico, do escritor, do verdadeiro intelectual, não é só descrever; é avisar, é antecipar, na medida do possível, aquilo que vai acontecer.
Não sei se eu sou “teórico”, “escritor” ou “intelectual”. Eu não sou, isso já ficou bem claro para quem me conhece e lê, um homem de partido ou alguém ligado à Ação Política. Eu não ganho dinheiro algum com aquilo que escrevo e não sou candidato a qualquer tipo de cargo.
Dialeticamente, para alegria da esquerda brasileira, afirmo portanto que sou, sim, um “teórico” - vamos usar o termo “teórico” porque “intelectual” me causa arrepios.
A minha função aqui é alertar o Brasil a respeito daquilo que li no plano de Governo de Fernando Haddad se, desgraçadamente, ele vier a governar o país nos próximos quatro anos.
Algum tempo atrás eu escrevi (em respostas às bobagens que vieram à tona sobre fascismo e nazismo) sobre as características de um Governo Totalitário. Fiz questão de dizer que jamais houve Totalitarismo no Brasil e afirmei que Jair Bolsonaro, mesmo fechando Congresso e STF, seria um Ditador, mas nunca o representante de um Governo Totalitário.
Pois bem, isto lembrado, passo agora a dizer o seguinte: li, com o máximo de atenção possível, as 61 páginas do Plano de Governo da “Coligação O Povo Feliz de Novo” - grupo que, como todos já sabem, representa o PT e todas as forças de Extrema Esquerda do cenário atual.
Ler uma coisa desse tipo requer, além de tempo e atenção, estômago para aturar muita bobagem e paciência para retirar dali o fundamental. Mais do que gostar do trabalho que isso dá, o importante é levar extremamente a sério a intenção e a gravidade do que foi colocado no papel pelos comunistas.
Imaginem um país com “Sistema Nacional de Esportes” e “Rede Nacional de Treinamento de Atletas”. Pensem, durante alguns instantes, num Brasil com “Sistema Nacional da Juventude” e “atendimento no SUS diferenciado segundo a cor da pele”. Pois bem: eu não “inventei” estas coisas para escrever o artigo: está tudo lá, tim-tim por tim-tim, no Plano de Governo de Fernando Haddad.
Não é só isso, não. Tem mais, tem muito mais. Vamos por partes, como dizem os açougueiros:
O Eixo Central, a tese fundamental do festival de loucuras do Plano de Governo Petista, se chama “Reforma Popular de Emergência” (a expressão está lá na coisa).
Dessa tal “Reforma Popular”, que vou abreviar como RPE, vem a “Reforma do Estado Brasileiro” e a “Refundação Democrática do Brasil”.
Desse blá-blá-blá, resumo para vocês o seguinte: fica, segundo os comunistas, garantido ao Presidente da República o direito de convocar plebiscitos e referendos a qualquer momento se (segundo eles) não estiverem em jogo as cláusulas pétreas da Constituição de 1988. Essa é a base daquilo que eles chamam (no texto) de “Democracia de Alta Intensidade” e de “Governo Aberto” (algum petista no Brasil deve ter lido Karl Popper e tentou imitar “Sociedade Aberta e Seus Inimigos”).
A Reforma do Estado Brasileiro, que vem dentro da RPE, vai ser feita através do “Controle Social do Judiciário” - os petistas pretendem criar “Ouvidorias” que terão papel de “fiscalizar” o próprio Conselho Nacional de Justiça e o Conselho Nacional do Ministério Público. Vai acabar (isso José Dirceu já deixou claro) o papel investigativo do Ministério Público.
No campo da Educação, só para se ter uma ideia, não vai ser mais possível ser professor (de qualquer coisa em qualquer nível) sem prestar a “Prova Nacional de Ingresso na Carreira Docente”. O ensino médio passará, gradualmente, ao controle federal total através do Programa Nacional de Ensino Médio.
Em relação ao “Controle Social da Imprensa” - aqui os petistas dizem basicamente o seguinte: “ameaça a Democracia” (deles) o fato de que alguns meios de comunicação tenham mais alcance e influência junto à sociedade brasileira. Os comunistas colocam isso em palavras diferentes dizendo o seguinte:
“a diferença na condição de exercício da liberdade de expressão é uma das desigualdades centrais...”.
A mentira aqui é a seguinte: não existe “diferença” na condição de exercício da liberdade de imprensa. A liberdade não admite termo médio – ou EXISTE liberdade de imprensa no Brasil, ou NÃO EXISTE liberdade de imprensa. Como a imprensa petista NÃO consegue (ainda) controlar absolutamente tudo que se escreve, a solução é a CENSURA de quem não é comunista.
Em outras palavras: se mais pessoas no Brasil estão lendo a Revista VEJA do que o Jornal do Sindicato dos Metalúrgicos de Sapucaia do Sul, isso é uma “questão de desigualdade” e precisa ser controlada depois da “Refundação Democrática do Brasil”.
Tudo que está escrito no Plano de Governo de Fernando Haddad se resume no seguinte: o PT pretende alcançar o controle total do Estado e da vida política na sociedade brasileira controlando (antes de qualquer coisa) a Imprensa e o Poder Judiciário através daquilo que vou chamar de “hiper-democracia”.
A hiper-democracia, a democracia de “alta intensidade” (como os petistas chamam no texto) é o fim, é o colapso daquilo que existia de caráter republicano na vida política do Estado Brasileiro.
O que vai acontecer se Haddad ganhar as eleições é a fusão TOTAL e IRREVERSÍVEL do PT com o Estado numa realidade que será definida pela Burocracia, pela Desinformação e, se necessário, pela Violência.
Ao escrever, ao colocar no papel o seu “Plano de Governo”, o PT está avisando aos brasileiros de que, se vencer, vai transformar o Brasil num Estado Totalitário.
Milton Pires
Médico cardiologista em Porto Alegre