Haddad foi escolhido como poste para seduzir a esquerda fofa, feita de gente que acha que não existem pessoas ruins, apenas ideias ruins, e todas essas ideias ruins são de direita.
Nessa esquerda fofa, Marina tem grande apelo. Como Marina, eles reconhecem pecados na trajetória petista, na roubalheira, no pragmatismo das alianças do PT. Nada que um Haddad Ciclovia não possa reparar, com sorrisos e boas intenções.
Wagner seria mais forte no Nordeste, mas seria chover no molhado. O lulista não ideológico, majoritário na região, votaria em Meirelles se Lula mandasse.
Haddad tem ainda a vantagem de ser bom de debate (Wagner também o seria nesse ponto) e passa a falsa imagem de mais amigável ao centro. Fator nada desprezível no segundo turno.
Dificilmente, Haddad não estará no segundo turno, se segundo turno houver. Enfrentá-lo é o desafio de todos nós que não desejamos o retorno de uma esquerda nada fofa ao poder.
Ingênuas podem as boas intenções de eleitores fofos.
O projeto de poder do lulismo nada tem de ingênuo.
Aurélio Schommer
Membro do Conselho Curador na Fundação Cultural do Estado da Bahia - Funceb e Membro Titular no Conselho Estadual de Cultura da Bahia.