
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No domingo passado, em virtude de um texto que publiquei (Carta aberta ao ministro Edson Fachin), onde externei minha discordância de pensamento em relação à um voto do ministro, fiquei surpreso pela repercussão alcançada: foram muitos comentários positivos, mas fiquei incomodado por algumas nuances que notei nessas manifestações.
Muitos dos comentários foram agressivos à figura do Ministro, com os quais não concordo em absoluto: a minha discordância com ele se dá no campo das ideias e em absoluto respeito ao ser humano e principalmente àquilo que ele representa como figura institucional.
Mas faço outra reflexão, e não é de agora, há tempos que tenho essa visão: foi instalada no país a política perversa e divisionista do “nós” e “eles”.
O partido no poder se intitulou “nós” e se auto conferiu o poder absoluto da verdade e da defesa do “povo”, enquanto quem não concordava com suas posições e ações, ou ainda não concorda, com essa ideologia absolutista são chamados de “eles”, os “fascistas”, “a direita”, sempre com sentido pejorativo, rotulando como pessoas que não querem a paz social ou o progresso.
Esse clima de divisão das pessoas deságua hoje no episódio absolutamente lamentável do atentado contra o candidato Jair Bolsonaro.
Mesmo eu, que não tenho nenhuma significância na política, em razão do texto, recebi ameaças de morte no aplicativo de mensagens. Recentemente, uma pessoa com a qual mantinha relações cordiais, por discordância política também me ameaçou fisicamente!
Esse é o absurdo a que chegamos!
Política se faz com discordância de ideias e qualquer desvio dessa linha fere profundamente a democracia.
E também não podemos aceitar o oportunismo que os candidatos, com exceção da Marina Silva, que nas entrelinhas das declarações querem atribuir a causa do atentado a uma “violência” pregada pelo candidato.
Já dizia Heráclito de Éfeso, citado por Osho: “o fanatismo é o mal sagrado”.
E como há fanáticos...
Com fanatismo e oportunismo não construiremos uma Nação digna desse nome.
Fayez Feiz José Rizk
Arquiteto em Campo Grande-MS.