Alguém escreveu ontem que o incêndio do Museu Nacional foi o “11 de setembro da nossa cultura” - no que diz respeito à dimensão da perda (sem considerar vidas humanas), não há dúvida de que foi sim.
Há porém, eu o afirmo, uma diferença gritante: no Brasil, praticamente nunca se pode falar em “tragédia”. Tragédia é tudo aquilo que não é esperado, que é súbito, que ninguém poderia (de maneira alguma) imaginar que pudesse acontecer, mas aqui isso é a exceção; não a regra.
Ontem eu disse que toda nossa cultura, toda nossa história já tinham sido incendiadas há muito tempo, que aquilo que aconteceu no museu foi apenas a destruição física delas – isso é verdade e jamais poderá ser esquecido.
Milhões (na verdade bilhões) de reais foram tomados pelo Ministério da Cultura (antes, durante e depois do Regime Petista) pela Lei Rouanet, pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e por outros buracos negros de corrupção em nome da “preservação da nossa história e da nossa cultura” e foram aplicados em “oficinas de siririca”, em “performances” com gente nua, em passeatas pelos direitos LGBT... enfim: em qualquer coisa que fosse do interesse da agenda imposta pela Revolução Cultural Marxista.
Depois do incêndio, as redes sociais foram tomadas por manifestações de psicopatas do PT, PSOL e PC do B comemorando o fato e afirmando que “o que morria ali era a história da escravidão no Brasil” e outras barbaridades do gênero.
Para esquerda brasileira, todos vocês o sabem, não existe história – os portugueses chegaram ao Brasil e depois Chico Buarque foi preso. Só isso. (aliás, é preciso confirmar se existiam ou não, dentro do prédio que incendiou, documentos a respeito do Regime Militar aqui no Brasil).
O incêndio do Museu Nacional que aconteceu ontem no Rio de Janeiro foi o preço a ser pago por um povo que entregou (antes, durante e depois do Regime Petista) toda seu patrimônio cultural – seja ele intelectual ou material – aos cuidados dos militantes petistas, do PSOL e do PC do B.
A exemplo da tragédia da Boate Kiss em Santa Maria, que matou 242 pessoas em 2013, não vai acontecer nada depois. Ninguém vai ser diretamente responsabilizado, ninguém vai ser preso e vai ficar por isso mesmo.
Museu é para um povo que tem história; como aquilo que se perdeu não era de interesse nenhum para esquerda brasileira, tudo vai ser esquecido.
Milton Pires
Médico cardiologista em Porto Alegre