Juízes e MP se unem contra Gilmar, em favor de Bretas

30/08/2018 às 06:55 Ler na área do assinante

A magistratura está com Marcelo Bretas na briga contra o supremo Gilmar Mendes.

Demonstrando total menosprezo ao juiz, o ministro teceu severas críticas em plena sessão do Supremo Tribunal Federal (STF), acusando-o de “abuso de autoridade” no caso envolvendo Felipe Picciani.

Para Gilmar, a questão ética é inexistente. Para Gilmar, Bretas é um ser inferior, um simples juiz de 1ª instância.

Contra isso, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe) está totalmente solidária com o juiz da Lava Jato no Rio de Janeiro.

Abaixo, uma parte do teor duríssimo da nota expedida pela entidade:

“É inadmissível que, no regular exercício de suas funções constitucionais, o Juiz seja alvo de ataque pessoal, e acusado de praticar crime de abuso de autoridade, pelo fato de proferir decisão em processo de sua competência. É mais grave ainda que essa imputação seja proveniente de Magistrado da mais alta Corte da República”.

Da mesma forma, o Ministério Público, através da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro, também repudiou veementemente o ataque de Gilmar.

Os procuradores da República membros da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro repudiam com veemência as declarações do ministro Gilmar Mendes, do e. Supremo Tribunal Federal, imputando abuso de autoridade ao magistrado Marcelo Bretas no episódio da soltura de Felipe Picciani no bojo da operação Cadeia Velha, conforme veiculado na imprensa na data de ontem. A prisão de Felipe Picciani foi decretada – e mantida – em diversas instâncias do Poder Judiciário, durante o tempo de sua duração e fundamentou-se em sólidos elementos de prova produzidos nos autos, o que levou à sua manutenção tanto na primeira instância, quanto nas demais instâncias do Poder Judiciário Federal, seja no Rio, seja em Brasília. Não é demais notar ainda que o ministro Gilmar Mendes acusa de abuso de autoridade exatamente o magistrado que revogou a medida de prisão – contra manifestação dessa Força Tarefa no caso – o que apenas reforça o caráter pessoal e desarrazoado de sua acusação. Causa espécie que o ministro Gilmar Mendes utilize seu momento na tribuna quando de sessão de julgamento do STF – e fora do caso tratado na ocasião – para lançar graves e vazias acusações contra magistrado em exercício regular da sua jurisdição. Os membros da Força-Tarefa da Lava Jato no Rio de Janeiro reafirmam que todos os seus requerimentos de cautelares no processo penal – prisão preventiva inclusive – são feitos sempre em obediência aos mais rigorosos requisitos legais para tanto e, quando deferidos pelo juiz Marcelo Bretas, em larga extensão, têm sido mantidos em todas as instâncias do Poder Judiciário.

Todos, contra Gilmar!

da Redação
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