A culpa é da lava-louças automática

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A minha geração foi bem diferente da atual. Quando criança, inspirado pelos filmes e seriados de TV, brinquei muito de polícia e bandido, onde uma hora eu era polícia e outra hora eu era o bandido. Brinquei de cowboy e índio, alternando os papéis, e também fui soldado em guerras imaginárias. Quando interpretava os meus super-heróis preferidos, eu tinha armas de raio laser, mesmo que simbolizadas por apenas algum objeto que eu pudesse imaginar como sendo uma arma.

O fato de eu ter sido o "policial" não me fez achar que a polícia tem sempre que matar o bandido, assim como o fato de eu ter sido o "bandido" igualmente não me fez achar que o bandido tem que matar policiais. Tampouco acho que o o extermínio de índios é algo bonito, ou escalpelar os outros é uma atitude correta. Nem o fato de ter sido o "soldado" me fez achar que as guerras são normais ou trazem algo de bom para a humanidade.

Não foram as brincadeiras de criança que formaram o meu caráter. Foi a minha capacidade de discernir entre o certo e o errado, o que vem faltando aos mais novos e até a muita gente da minha própria geração, que se apega a valores completamente invertidos para vomitar suas "verdades".

São aqueles mesmos que se vissem hoje uma brincadeira de "garrafão" diriam que o tapa nas costas é "violência fortuita" ou que atirar em índios imaginários é um atentado contra indígena. Que gente mais babaca... Que gente mais idiota e que gente com falta de louça pra lavar. Isso foi o que deu terem inventado a lava-louças automática.

Mas o que essa geração Nutella vem aprendendo é algo muito pior do que as brincadeiras que tive na infância. Aprendeu a ver corpos ou assassinatos na internet com uma naturalidade absurda. Aprendeu a defender crianças tocando corpos nus, em flagrante atentado à inocência. Aprendeu a ter aulas com drag queens ou a ver o sexo banalizado por quadradinhos de oito. Essa é a geração que se diz "politicamente correta", e que condena tudo o que acha ser absurdo... da minha geração.

O ato do Bolsonaro em fazer a arminha com as mãos, junto com a criança, não foi diferente de todas as vezes que também "metralhei" "policiais", "bandidos", "índios", cowboys" ou "alienígenas". Só que pelo fato de ter sido ele, foi bastante julgado por uma geração super-babaca, que hoje tem uma arma muito pior do que qualquer metralhadora imaginária: As redes sociais.

Como eu falei, a culpa é da lava-louças automática. Com mais louças pra lavar as pessoas teriam mais o que fazer, do que inventar valores ou julgar de acordo com as suas ideologias, em tribunais bastante seletivos e de ocasião.

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